![(Foto: Ruan Pablo/DP Foto) (Foto: Ruan Pablo/DP Foto)]() |
Foto: Ruan Pablo/DP Foto |
“Sou o coração do folclore nordestino, eu sou Mateus e Bastião do Boi Bumbá, sou um boneco do Mestre Vitalino, dançando uma ciranda em Itamaracá. Eu sou um verso de Carlos Pena Filho, num frevo de Capiba, ao som da orquestra armorial.” Na famosa canção Leão do Norte, Lenine já celebrava a variedade cultural do carnaval pernambucano. No Recife, os ritmos são apresentados ao público com 230 shows em 12 palcos distribuídos pela cidade.
O frevo, símbolo maior da folia pernambucana, dita o compasso do passo nos cortejos que percorrem o Recife Antigo. As sombrinhas coloridas dançam no ar enquanto orquestras arrastam multidões. Mas o carnaval do Recife vai muito além desse gênero.
O maracatu, com seus tambores graves e hipnóticos, traz o peso da ancestralidade africana para a festa, seja no ritmo cadenciado do maracatu de baque virado ou na nobreza dos cortejos do baque solto.
Os caboclinhos entram em cena como um sopro indígena no carnaval, com uma dança enérgica. Já os blocos líricos encantam os foliões com estandartes bordados e melodias que resgatam a nostalgia dos carnavais de antigamente.
Polos descentralizados impulsionam o multiculturalismo
![(Foto: Ruan Pablo/DP Foto) (Foto: Ruan Pablo/DP Foto)]() |
Foto: Ruan Pablo/DP Foto |
No palco principal, localizado no Marco Zero, artistas de diversos gêneros musicais se apresentam para milhares de foliões durante as sete noites de folia. Ney Matogrosso e Elba Ramalho representam a MPB, enquanto Raphaella Santos e Priscila Senna exaltam o brega pernambucano. Alcione traz o samba para a capital do frevo, e Alceu Valença reafirma a identidade musical do Recife.
Na região central do Recife, sete palcos recebem shows que começam nesta sexta-feira (28) e seguem até sábado (1º). Além disso, há palcos descentralizados com apresentações de domingo (2) a terça-feira (4) nos bairros Alto José do Pinho, Brasília Teimosa, Bomba do Hemetério, Campo Grande, Casa Amarela, Ibura, Jardim São Paulo, Lagoa do Araçá, Linha do Tiro, Poço da Panela, Várzea e Cordeiro.
Zona Norte – do rock à ciranda
![(Foto: Ruan Pablo/DP Foto) (Foto: Ruan Pablo/DP Foto)]() |
Foto: Ruan Pablo/DP Foto |
No Alto José do Pinho, um polo cultural de maracatus e punk rock recebe atrações como Devotos, Banda Eddie, Baile do Marley, Bione e Marron Brasileiro. A cerca de 1 km dali, na Bomba do Hemetério, a sonoridade vai da MPB à ciranda e ao forró, com artistas como Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, Lia de Itamaracá, Geraldo Azevedo, Maestro Forró e Mart’nália.
Zona Sul – MPB e frevo
A Zona Sul do Recife conta com polos nos bairros de Brasília Teimosa, Ibura e Imbiribeira. Em Brasília Teimosa, Elba Ramalho atrai os fãs de MPB, enquanto Ed Carlos convida o público para frevar. No Ibura, a programação inclui a Orquestra Arrecifes do Frevo e o cantor de funk MC Elvis. Já na Lagoa do Araçá, na Imbiribeira, os foliões curtem artistas como Quinteto Violado e Fafá de Belém, trazendo mais MPB para a festa.
Ainda na Zona Sul, há quatro polos comunitários nos bairros do Ipsep, Jordão Baixo, UR-2 Ibura e UR-5 Ibura.
Zona Oeste – brega divide palco com frevo
![(Foto: Priscilla Melo/DP Foto) (Foto: Priscilla Melo/DP Foto)]() |
Foto: Priscilla Melo/DP Foto |
Um dos polos mais tradicionais do carnaval recifense está na Várzea, onde se apresentam grandes nomes como Nação Zumbi, Chico César e Antônio Nóbrega. A diversidade musical também se faz presente no Cordeiro, com Alceu Valença, Nádia Maia e Spok Frevo Orquestra.
Em Jardim São Paulo, o Conde Só Brega leva ao palco um dos gêneros mais queridos dos pernambucanos. Ao longo de três dias, também sobem ao palco Quinteto Violado, Cristina Amaral e Alceu Valença.