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ARMAS DE GEL
"Quem não brinca é que sofre", diz homem atingido no olho por arma de gel no Recife
Fábio Araújo Souza, de 43 anos, ficou ferido enquanto caminhava pela rua de casa, em Santo Amaro
Publicado: 07/12/2024 às 10:25

No Recife, as guerras de armas de gel têm se tornado cada vez mais populares entre os jovens/Foto: Rafael Vieira/DP
Um homem ficou ferido após ser atingido por uma "bala perdida" durante uma guerra de armas de gel que acontecia na Rua Tauá, em Santo Amaro, na área central do Recife, na tarde do último sábado (2).
O motorista e operador de produção Fábio Araújo Souza, de 43 anos, relata que saiu de casa por volta das 16h para colocar uma bateria no seu carro. Durante o trajeto, foi surpreendido com o impacto no olho direito.
Para tentar amenizar a ardência, Fábio lavou a área com água gelada e procurou atendimento médico na Fundação Altino Ventura, localizada no bairro da Boa Vista, no centro do Recife, na segunda-feira (4).
Após mais de 12 horas aguardando atendimento, o homem recebeu um encaminhamento para fazer outros exames, que ainda serão marcados. Atualmente, ele faz uso de colírio de duas em duas horas. Segundo relata, ele ainda sente ardência no olho, que está um pouco avermelhado, e está com a visão turva em alguns momentos do dia.
A febre das guerras de armas de gel
No Recife, as guerras de armas de gel têm se tornado cada vez mais populares entre os jovens. Na rua de Fábio, por exemplo, é comum que elas aconteçam quase todos os dias, já tendo deixado algumas pessoas feridas, diz a vítima.
De acordo com o motorista, na última semana, um entregador de aplicativos de delivery chegou a ser acertado por engano enquanto trabalhava. “O pessoal pensou que ele estava brincando também, começaram a atirar nele. Sorte que o rapaz estava de capacete, com a viseira fechada”, conta.
Fábio se preocupa com a aproximação do Carnaval e apela para que as autoridades façam algo a respeito da atividade que tem se mostrado perigosa para aqueles que a praticam e também os que não estão envolvidos com ela.
“Isso está causando o maior prejuízo para o povo. Quem está sofrendo é quem não está brincando”, diz. “A polícia passa, mas não faz nada. Eles dizem que não está proibido, que não é ilegal”.
“Enquanto a governadora, junto com o prefeito da cidade do Recife, não tomarem as providências cabíveis e tentarem resolver essa situação, quem vai sofrer somos nós, que não temos nada a ver”, acrescenta Fábio.