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Meio ambiente

Ministério da Pesca e Aquicultura firma parceria para enfrentamento à tragédia de derramamento de petróleo no litoral

O desastre afetou afetou, em 2019, mais de 70% das cidades do litoral nordestino

Publicado em: 29/08/2024 20:11 | Atualizado em: 29/08/2024 20:26

 (Foto: Ibama/Divulgação)
Foto: Ibama/Divulgação

O ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula e o secretário Nacional de Pesca Artesanal, Cristiano Ramalho, estarão na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) na próxima sexta-feira (30) para assinatura da parceria do projeto “Petróleo e os Povos da Pesca Artesanal: Enfrentando o Racismo e a Injustiça Ambiental” por meio da Rede Prodema. 


Esse projeto tem como intuito o enfrentamento à tragédia que, há cinco anos, em 2019, afetou mais de 70% dos municípios do litoral do Nordeste no país após o derramamento de petróleo no mar. A situação afetou economicamente a população que vive da pesca e também o ecossistema marinho.


De acordo com o secretário Nacional de Pesca Artesanal, Cristiano Ramalho, essa iniciativa tem como intuito desenvolver ações e políticas públicas para proteger os recursos e a atividade dessa população que entrou em contato com o petróleo. “Desde o ano passado, estamos construindo, em parceria com as organizações da Pesca artesanal, os movimentos sociais, universidades e pesquisadores, uma ação para responder a isso. As comunidades pesqueiras reclamavam que não tinham dados sobre o que aconteceu e como é que está o ambiente em que eles trabalham e que passam horas”, destaca Cristiano.


Ainda segundo ele, estudos revelam que mesmo parando de chegar ao litoral, o petróleo ainda está submerso. Cristiano Ramalho relembra ainda que, na época, a economia gerada pela pesca artesanal foi fortemente afetada pela tragédia. “Independente de onde o petróleo chegou ou não, as pessoas tinham medo de consumir produtos da pesca artesanal, tinham receio pela contaminação. Muitos pescados nem contaminados estavam. De outubro de 2019 a início de janeiro de 2020 a economia da pesca colapsou, ninguém queria comprar pescados.”, finaliza.

Impactos 


Segundo dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), de agosto de 2019 a março de 2020, 5.400 toneladas de petróleo foram retiradas das praias do Nordeste. Alagoas foi o estado mais afetado, com 2.564 toneladas retiradas do mar. Já Pernambuco, foi o segundo mais afetado com 1.677 toneladas do produto, seguido por Sergipe (569) e Bahia (450). 


A parceria com a Rede Prodema, que é um programa de pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente das universidades federais nordestinas, contempla quatro estados do Nordeste, Alagoas, Pernambuco, Sergipe e Bahia, locais onde se concentraram mais de 90% do petróleo retirado das áreas costeiras e litorâneas. A ação visa subsidiar políticas públicas voltadas aos temas socioambientais, de saúde e economia. Além de desenvolver ações para o enfrentamento ao racismo ambiental, que afeta os povos da pesca artesanal.

No evento, que marca o lançamento desse acordo, também estarão presentes pescadores, pescadoras e representantes de comunidades pesqueiras, que também estão participando dessa iniciativa de enfrentamento ao desastre e ao racismo ambiental, já que boa parte dessa população pesqueira artesanal é formada por homens e mulheres pretas e pardas.


A ação será transmitida pelo canal da UFPE no YouTube, que pode ser acessado no link.


Serviço


Assinatura de convênio entre Ministério da Pesca e Aquicultura e UFPE

30/08/2024 - 10h

Auditório João Alfredo - Reitoria UFPE - 10h

Recife - PE


Tags: ibama | nordeste | pesca | petróleo |

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