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Saúde pública
Médicos do Hospital de Câncer deflagram ações contra superlotação e melhores salários
Profissionais de saúde da unidade, no Recife, cobram propostas para solucionar problemas
Publicado: 29/08/2024 às 09:47

HCP fica no Recife/Foto: Arquivo

Médicos do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), no Recife, deflagraram ações para cobrar medidas para solucionar problemas como a superlotação na unidade.
Durante a assembleia-geral extraordinária, realizada pelo Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), na terça (27), os profissionais decidiram iniciar um movimento e não descartam fazer uma greve.
A medida foi votada e aprovada, por unanimidade.
A categoria diz que a decisão saiu diante da "ausência de propostas do grupo gestor do HCP para as reivindicações trazidas pelos profissionais médicos".
Segundo o corpo clínico, atualmente, o hospital enfrenta problemas com relação ao descumprimento de normativas para início de tratamento oncológico dos pacientes.
Entre eles, estão:
Superlotação da unidade,
Insuficiência e baixa qualidade de materiais e insumos utilizados nas intervenções,
Remuneração "congelada" há quase dez anos
Segundo o presidente do Simepe, Walber Steffano, a situação da categoria "expõe a gravidade" do que é vivenciado no HCP e precisa ser solucionado urgentemente.
“Nosso objetivo é chegar a um acordo que resolva os problemas vividos no hospital. Os médicos se dedicam integralmente por entenderem as necessidades de seus pacientes. Precisamos que medidas resolutivas sejam tomadas o mais breve possível” argumentou Walber Steffano.
Em ofício enviado ao Sindicato dos Médicos, o HCP argumentou haver sido orientado pela Federação dos Hospitais Filantrópicos de Pernambuco (Fehospe) a direcionar a negociação com a categoria ao Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do Estado de Pernambuco (Sindhospe).
Segundo o Simepe, o Sindhospe alega não ter autonomia diante do caso, já que até o momento não recebeu dos representantes do HCP as propostas para serem apresentadas aos médicos.
Para a vice-presidente do Simepe, Ana Carolina Tabosa, a decisão pelo movimento paredista mostra a realidade da exaustão dos médicos.
“A decisão dos colegas reflete a gravidade do que se vive hoje no HCP. O resultado da reunião com o Sindhospe agravou ainda mais a insatisfação do corpo clínico. Esperamos contar com a sensibilidade da gestão do hospital, bem como com a de seus representantes nesse processo de negociação, para não caminharmos para um movimento grevista”, destacou Ana Carolina.
Uma nova assembleia está marcada com a categoria para o dia 10 de setembro, às 19h.
Nesse encontro, a categoria definirá os rumos do movimento.
"O Simepe destaca que seguirá, atentamente, buscando soluções e resolutividade, sempre defendendo veementemente a categoria", disse, por nota.