Ciclo junino

Produzida pela Hemobrás, albumina é medicamento essencial para tratar queimaduras

Durante os festejos juninos, cresce o número de acidentes devido aos fogos e fogueiras

Publicado em: 21/06/2024 13:31 | Atualizado em: 21/06/2024 13:37

Produção de albumina atende a todo o Brasil  (Foto: Hemobrás/Divulgação )
Produção de albumina atende a todo o Brasil (Foto: Hemobrás/Divulgação )
Os festejos juninos são marcados pela alegria, música e cultura popular, principalmente no Nordeste. 
 
Devido às fogueiras e fogos de artifício, no entanto, a época também traz um aumento no risco de acidentes e queimaduras graves, que podem até matar. 
 
O que pouca gente sabe é que a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnológicos (Hemobrás) tem um papel importante no tratamento de vítimas desses acidentes. 
 
Produzido pela empresa, a albumina é usada  durante o período de hospitalização prolongada, enfrentamento de cicatrizes, desfiguração corporal e para evitar incapacidade física.
 
 Por causa disso, a  Hemobrás é fundamental na produção e distribuição desse medicamento, que  atende a  parte dassa demanda no País.

O que é

A albumina tem uso terapêutico e é obtida a partir do fracionamento industrial do plasma doado nos hemocentros por doadores voluntários. 
 
Este ano, a Hemobrás  distribuiu para o SUS 68.213 frascos de albumina humana, um medicamento de alto custo. 
 
A previsão é que sejam distribuídos 413.523 frascos até dezembro. 
Em 2023, foram 126.934 frascos de Albumina Humana (a 20%). 
 
“Queremos cada vez mais ampliar o volume de hemoderivados para a população e estamos muito próximos dessa meta. Nossa principal missão, com a albumina e com outros medicamentos semelhantes, é garantir o direito à saúde e à cidadania plena”, diz a presidente da Hemobrás, a médica Ana Paula Menezes.
 
Histórico
 
Desde a década de 1970, a albumina é usada de forma rotineira no tratamento dos queimados no país, segundo informa nota técnica do Ministério da Saúde. 
 
O protocolo para queimados prevê a infusão do medicamento, em ambiente hospitalar, a cada 24 horas ou 48 horas, com o objetivo de manter a estabilidade do paciente e a pressão da célula viva no plasma (chamada de pressão osmótica). 
 
As queimaduras são lesões na pele ou em outro tecido orgânico; geralmente são causadas pelo calor, radiação, eletricidade ou radioatividade, assim como por produtos químicos. 
 
Elas geram perdas de proteínas e outros líquidos e, por isso, precisam ser repostas para que o paciente se restabeleça. Proteína presente em grande concentração do plasma (componente do sangue humano), a albumina é capaz de compensar perdas abundantes de proteínas em um corpo - em quadro que costuma ser observado sobretudo em queimados graves

Especialista com mais de 40 anos de atuação e diretor do Centro de Tratamento de Queimados do Hospital da Restauração, no Recife, o médico Marcos Barreto é um entusiasta da albumina, medicamento com o qual já tratou milhares de pessoas.
 
“A albumina é essencial para nós para a redução do edema provocado pelas queimaduras e para a regeneração de algumas áreas”, explica.
 A substância consegue promover a regeneração dos tecidos de forma rápida e por isso é tão empregada no protocolo.  
 
“A gente precisa tentar de tudo para evitar que a situação do paciente se agrave, e a resposta da albumina é muito rápida”, diz Marcos Barreto, que destaca o fato de o hemoderivado estar mais disponível para os brasileiros, em comparação com décadas anteriores.


Dados

Nos primeiros meses de 2024 o Brasil contabilizou 34.567 atendimentos ambulatoriais a  vítimas de queimaduras; quase 5 mil internações se deram pela mesma causa.
 
Registros do Sistema Único de Saúde (SUS) mostram que, em período das tradicionais festas juninas como o atual, com o aumento do uso de fogos de artifícios e o costume de acender fogueiras, a média mensal de pessoas queimadas tende a crescer, assim como os atendimentos hospitalares. 
 
Cerca de 90% dos atendimentos são feitos na rede pública de saúde, de acordo com a Sociedade Brasileira de Queimados (SBQ).