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Insegurança
Motoristas de ônibus fazem protesto e denunciam casos de violência
Os rodoviários enfileiram ônibus nos dois sentidos da Avenida Guararapes, uma das principais do Centro do Recife
Publicado: 22/01/2024 às 11:16

Faixa aponta motivo do protesto dos motoristas de ônibus/Foto: Romulo Chico/DP

Motoristas de ônibus cruzaram os braços e realizaram, na manhã desta segunda (22), um protesto no Centro do Recife.
A categoria denuncia as recentes ocorrências de violência. O ato teve início às 10h, na Avenida Guararapes, no bairro da Boa Vista, na área Central do Recife.
Os rodoviários enfileiram ônibus nos dois sentidos da via, uma das principais do Centro da cidade.
A categoria denuncia as recentes ocorrências de violência. O ato teve início às 10h, na Avenida Guararapes, no bairro da Boa Vista, na área Central do Recife.
Os rodoviários enfileiram ônibus nos dois sentidos da via, uma das principais do Centro da cidade.
O protesto foi convocado pelo Sindicato dos Rodoviários do Recife e RMR, que reivindica um maior reforço na segurança da categoria, após os recentes registros de ocorrências em que rodoviários sofreram agressões físicas e ameaças durante o exercício da função.
Segundo a entidade sindical, desde o dia 1º deste mês aconteceram cinco casos de agressões sofridas por rodoviários no Grande Recife. O último ocorreu no dia 18 deste mês, quando um rodoviário foi agredido por um passageiro, no bairro de Passarinho, em Olinda.
"Expressando nossa revolta e repúdio. Estamos promovendo nesse momento mais um protesto no centro da cidade em solidariedade a nossos companheiros agredidos. Essa paralisação é um recado da categoria rodoviária ao poder público de que não vamos mais tolerar essa situação", publicou o sindicato em rede social.
Segundo o presidente do sindicato, Aldo Lima, o ato cobra que a governadora do Estado, Raquel Lyra (PSDB), retome o canal de diálogo com a categoria para negociar o reforço na segurança dos rodoviários.
"Estamos chamando a atenção da governadora e da Urbana para que medidas urgentes sejam tomadas. Desde o primeiro dia, já houve cinco casos de violência a motoristas. Esse número pode até ser maior, pois há alguns companheiros que não querem denunciar por medo de sofrer represálias. É necessário que o Estado e as empresas tomem providências, pois a categoria sofre com as frequentes ocorrências da violência em seu próprio ambiente de trabalho. Queremos que haja canal de diálogo, o que no momento não está acontecendo", reclamou o presidente do sindicato.
Trauma e medo
"Acho que não consigo mais subir em um ônibus. Sinto medo e me sinto desprotegido em meu próprio ambiente de trabalho”. A declaração é do motorista de ônibus Paulo José, de 44 anos, que foi agredido por um motociclista em Marcos Freire, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR), no dia 10 de janeiro.
O rodoviário concedeu entrevista ao Diario e contou como aconteceu a discussão que culminou nas agressões que sofreu, quando conduzia um coletivo que faz a linha 164 - Marcos Freire/TI Cajueiro Seco.
O que diz as autoridades
Procurada pela reportagem do Diario de Pernambuco, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Pernambuco (Urbana-PE) informou por nota que:
"Mais uma vez, o Sindicato dos Rodoviários promove uma paralisação ilegal do serviço de transporte público por ônibus sem qualquer aviso prévio ou tentativo de diálogo. Conforme informações da imprensa, a paralisação foi motivada por questões de segurança e atos de violência contra rodoviários. A Urbana-PE se preocupa com a causa e vem tratando com o Governo do Estado e com o órgão gestor em busca de soluções para prover maior segurança ao serviço de transporte público. Lembramos ainda que toda a frota de ônibus da Região Metropolitana do Recife é equipada com até 5 câmeras de segurança e que as imagens geradas são compartilhadas com a Secretaria de Defesa Social para auxiliar nas investigações e no planejamento da ação policial".
A equipe do Diario também entrou em contato com a Secretaria de Defesa Social (SDS) para saber se a pasta tomará medidas para reforçar a segurança da categoria de rodoviários.
Os contatos foram feitos via e-mail e telefone, porém, até a última atualização desta matéria, a SDS não respondeu.