PROJETO

Projeto leva oficina de artesanato para mulheres de Buíque, no Agreste pernambucano

As oficinas da iniciativa ocorrem mensalmente, em Buíque, no Vale do Catimbau. tendo as aulas divididas em módulos, onde as mulheres aprendem a fazer peças decorativas em macramê, acessórios e roupas

Publicado em: 19/09/2023 11:53

No macramê, as amarrações são feitas apenas com as mãos, são os nós que criam a trama e até mesmo desenhos geométricos (Foto: Divulgação)
No macramê, as amarrações são feitas apenas com as mãos, são os nós que criam a trama e até mesmo desenhos geométricos (Foto: Divulgação)
O projeto O Sertão Delas - Oficina de Macramê para Mulheres do Sertão, que leva oficinas de macramê, uma arte totalmente manual, foi idealizado e consolidado na Fenearte de 2021, no estande da Secretaria da Mulher de Pernambuco, através da artesã há mais de 15 anos nesta técnica artesanato, Nicole Torkar, e a vereadora de Buíque, Maria Clara Brito. A iniciativa entrou em prática neste ano e tem como principal objetivo a geração de renda e autonomia para mulheres do Agreste pernambucano.
 
No macramê, as amarrações são feitas apenas com as mãos, são os nós que criam a trama e até mesmo desenhos geométricos e por isso, dispensa qualquer tipo de ferramenta, de acordo com a professora do projeto e artesã, Nicole Torkar. “Um dos pontos mais interessantes é a infinidade de peças que podem ser originadas do macramê. Desde peças para decoração da casa como colchas, painéis, luminárias, acessórios como brincos, colares e peças de roupas, como vestidos e saias. Tudo depende da habilidade e criatividade de quem pratica. As formas mais populares do macramê são o ponto ‘festonê’ e o ponto ‘nó duplo’. No primeiro ponto dois fios são usados, um esticado e o outro o enlaça formando nós. Já no ponto ‘nó duplo’: três fios são usados, um esticado no meio e os outros dois enlaçam formando nós”, detalhou a professora.
 
As oficinas da iniciativa ocorrem mensalmente, em Buíque, no Vale do Catimbau. tendo as aulas divididas em módulos, onde as mulheres aprendem a fazer peças decorativas em macramê, acessórios e roupas. As participantes desenvolvem o trabalho em conjunto, assim todas são alunas e professoras ao mesmo tempo. Quem tem mais facilidade, ajuda a outra. “O principal objetivo desse projeto é gerar renda e autonomia para essas mulheres, para que elas tenham recursos suficientes para sustentar suas famílias e diminuir a necessidade de se sujeitar a determinadas situações vulneráveis. É oficializar uma rede de apoio onde todas ajudam todas quando necessário. E também valorizar e dar visibilidade às mulheres dessa região que são grandes artistas. O Vale do Catimbau é uma fábrica de artistas, berço de mulheres doces e valentes, que já nasceram bordando, criando, crochetando, tecendo um mundo colorido”, pontua Nicole.
 
As mulheres participantes são mulheres pertencentes aos coletivos: @mulheresdosertaope, coordenado por Carol Monteiro e @coletivotrovoada, com a coordenação de Renata Baston. Os planos são conseguir patrocínio e obter material suficiente para abrir a oficina a outras mulheres, já que a procura por vaga é grande. Na realização da oficina, uma parte do material foi doada pela professora, outra comprada por algumas alunas que se disponibilizaram e a outra pela vereadora Maria Clara. “O principal desafio do projeto nesse momento é verba. Estamos correndo atrás de patrocínio para comprar material a fim de melhorar a qualidade da oficina que vem acontecendo com um pouco de improviso e recursos financeiros pessoais da professora que é autônoma e da vereadora Maria Clara, que custeou tudo dessa primeira oficina como o deslocamento da professora e da sua filha de 8 anos de Recife para Buíque, pois ela é mãe solo e não tem rede de apoio. Além, de custear hospedagem e alimentação delas e das alunas durante todo o período das aulas”, disse a artesã.
 
As pessoas interessadas em ajudar na manutenção da iniciativa social podem ajudar através de doação de materiais, como tesoura, fio encerado, rolos de barbante, ganchos para apoiar as peças na parede e tecê-las de uma maneira mais adequada, doação de alimentos para refeições entre as aulas das participantes, entrando em contato pelo telefone (81) 99960- 7572 ou por meio da contribuição financeira, através do Pix, cuja chave é: 81999607572. Para conhecer mais sobre o projeto, acesse o Instagram de trabalho da professora e artesã Nicole, @raizesartesanato. “Pode ser doado alimentação também, pois as aulas acontecem das 8h às 18h e são realizadas algumas refeições nesse período. Não são todas as alunas que possuem recursos financeiros para arcar com essa despesa. Algumas alunas vêm de áreas rurais e a dificuldade de locomoção é grande, então é necessário disponibilizar um transporte que pegue e leve elas com segurança, coisa que ainda não temos. E podem ser feitas doações financeiras também”, explica a professora.

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