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TRANSPORTE PÚBLICO
Greve dos metroviários: reunião nesta sexta-feira pode encerrar movimento
Publicado: 03/08/2023 às 20:00

Justiça do Trabalho realiza hoje uma reunião de conciliação entre os metroviários, em paralisação desde quarta-feira, e a CBTU. Dia ontem foi de transtornos/Rafael Vieira/ESP DP
Grandes filas, longas esperas e ônibus insuficientes, foram situações vistas no primeiro dia da greve geral do Metrô do Recife, nesta quinta-feira (3), que causou grandes transtornos para os quase 200 mil usuários do sistema. Todas as 36 estações (Linhas Centro, Sul e Diesel) estão fechadas por tempo indeterminado, após decisão em assembleia da categoria na última quarta-feira (2). Os piores momentos foram a manhã, quando até muitos usuários nem estavam ainda cientes da paralisação decidida na noite anterior, e à noite, na volta para casa, apesar do reforço na frota de ônibus, decidida pelo Grande recife Consórcio, de mais de 60%.
Nesta sexta-feira (4), o esperado é que haja uma ligeira melhora, já que o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6), após análise da ação cautelar movida pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), concedeu a liminar determinando o retorno de 60% da frota de trens do metrô na Região Metropolitana do Recife (RMR) em horários de pico, e 40% nos demais períodos. O descumprimento por parte da categoria resultará em multa de R$ 60 mil por dia. A decisão foi proferida pela presidente do TRT-6 desembargadora Nise Pedroso. O TRT-6 também agendou uma reunião de conciliação às 15h.
Segundo o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE), à tarde haverá concentração na Estação Recife, de onde os profissionais sairão em passeata pelas ruas da área central da capital, a depender do resultado da reunião. Após o protesto, haverá uma nova assembleia para reavaliar o movimento, cuja decisão na quarta-feira foi de paralisação por tempo indeterminado até que a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) atendam as reivindicações trabalhistas da categoria. Essa é a terceira parada em menos de um mês.
Mais: não se trata apenas de reajuste. Eles querem que o governo federal, que passaram a criticar fortemente, tira o modal do plano de privatizações. O receio é que aconteça o mesmo que houve em Belo Horizonte, no início deste ano, quando o metrô local foi privatizado e boa parte dos profissionais foram desligados ou tiveram de ser recontratados sob novos termos.
ÔNIBUS
Os Terminais Integrais (TI) enfrentaram um grande número de passageiros nos horários de pico. "Quando o metrô para, fica muito ruim. Hoje o Tancredo Neves (terminal) ficou lotado o dia inteiro. Os ônibus chegam e ficam parados, aí fica todo mundo fica esperando que eles liberem, enquanto se forma uma fila enorme", reclamou a moradora do Ibura de Baixo, Clóvis Serpa, de 60 anos. "Estou indignada porque o fluxo de saída e de vinda do ônibus era para ser muito mais rápido, porém não tem resultado. É uma confusão", queixou-se Ana Paula Silvestre, 47 anos.
Segundo o Grande Recife Consórcio de Transporte, foram acrescentadas três linhas especiais: 238-TI Jaboatão/TI Barro; 2481-TI Camaragibe/TI TIP e 858-TI Joana Bezerra/TI Afogados/TI Barro. As demais linhas também foram reforçadas com mais viagens ao longo do dia.
REIVINDICAÇÕES
Os metroviários estão reivindicando junto ao governo federal o aumento do piso salarial da categoria para R$ 2.725,00, uma garantia do trabalho para os empregados, caso o Metrô do Recife seja privatizado e a retirada da CBTU do Programa Nacional de Desestatização (PND). "Queremos a garantia de nossos empregos e a defesa de um metrô público, que não pode ser privatizado", disse vice-presidente do Sindmetro-PE, Assis Filho.