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PNAD 2022

Pernambuco é o sexto estado do país com mais Pessoas com Deficiências

Publicado: 07/07/2023 às 14:28

Recife fica com o primeiro lugar entre as capitais/Foto: Divulgação/Agnaldo Silva/Secom Ipojuca

Recife fica com o primeiro lugar entre as capitais/Foto: Divulgação/Agnaldo Silva/Secom Ipojuca

A população com deficiência em Pernambuco foi estimada em 949 mil pessoas de 2 anos ou mais de idade, o que corresponde a 10,1% da população dessa faixa etária. O resultado está acima da média brasileira (8,9%) e coloca o estado em sexto lugar no ranking nacional. O Recife, por sua vez, é a capital brasileira com maior porcentagem de pessoas com deficiência, com 11,1% dos seus habitantes de 2 anos ou mais nessa condição, o equivalente a 182 mil pessoas. 

Os dados são do módulo Pessoas com Deficiência da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2022 (PNAD Contínua), realizada pelo IBGE. O tema já foi investigado em outras pesquisas do instituto, sendo as mais recentes o Censo Demográfico 2010 e a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013 e 2019. Os dados, no entanto, não são comparáveis entre as pesquisas, pois há diferenças metodológicas.

Em Pernambuco, no recorte por sexo, 11,3% de toda a população feminina de 2 anos ou mais alegou ter algum tipo de deficiência, contra 7,8% da população masculina. No Recife, foram 9,2% de homens e 12,7% das mulheres. Por cor ou raça, no estado, 11,8% dos pernambucanos que se autodeclararam como da cor preta têm algum tipo de deficiência, contra 10,2% brancas e 9,8% pardas.

No recorte por idade, o levantamento mostra um aumento na proporção de pessoas com deficiência de acordo com o aumento dos anos de vida, já que 3,5% dos pernambucanos nessa condição têm de 2 a 9 anos, enquanto o percentual sobe para 56,9% entre os residentes de 80 anos ou mais. 

O levantamento mostrou também que 470 mil pernambucanos de 2 anos ou mais com deficiência disseram ser responsáveis pelos domicílios onde vivem, o que equivale a praticamente metade (49,5%) de toda a população com essa condição no estado. Mais 191 mil residentes (20,2% do total) ocupam a posição de cônjuges ou companheiros do responsável e 134 mil pessoas, ou 14,1% do todo, são filhos ou enteados. Por fim, 154 mil pessoas, ou 16,2% das pessoas com deficiência, têm outra condição no domicílio além das citadas.

O questionário busca levantar as dificuldades na realização de oito tipos de atividades funcionais. São quatro categorias de resposta que vão de ‘Não tem dificuldade’ a ‘Tem, não consegue de modo algum’. A identificação das pessoas com deficiência é estabelecida por aquelas que responderam ter muita dificuldade ou não conseguir de modo algum.

Em relação às dificuldades investigadas entre a população pernambucana, a mais declarada foi andar ou subir degraus (4,3%), seguida por enxergar, mesmo usando óculos ou lentes de contato (3,8%), aprender, lembrar-se das coisas ou se concentrar (2,9%), levantar uma garrafa com dois litros de água da cintura até a altura dos olhos (2,5%), pegar objetos pequenos ou abrir e fechar recipientes (1,6%), realizar cuidados pessoais (1,5%), de se comunicar, para compreender ou ser compreendido (1,3%) e ouvir, mesmo usando aparelhos auditivos (1,3%). Além disso, 5,9% das pessoas tinham deficiência em apenas uma das suas funções e 4,2% em duas ou mais funções.

A taxa de analfabetismo entre pessoas com deficiência em Pernambuco é mais que o dobro da média estadual. 

Pessoas com Deficiência mostra ainda os obstáculos enfrentados por esse grupo no acesso à educação. A taxa de analfabetismo entre as pessoas de 15 anos ou mais com deficiência em Pernambuco é de 28,4%, mais que o dobro do percentual encontrado na população total (11%). Entre as pessoas sem deficiência, a porcentagem é ainda menor, de 8,7%.

Entre a população de 25 ou mais anos de idade, período que inclui as pessoas que deveriam ter terminado a educação básica obrigatória, 68,8% da população com deficiência nessa faixa etária nunca estudou ou cursou apenas até o ensino fundamental incompleto, quase o dobro das pessoas sem deficiência (37,9%). Além disso, 9,2% das pessoas com deficiência têm até o ensino médio incompleto, 17,9% têm ensino médio completo ou superior incompleto e 4,1% conseguiram concluir o ensino superior.

Quase três quartos das pessoas com deficiência em Pernambuco estão sem trabalhar nem procurar emprego

A pesquisa mostra que, entre as pessoas com deficiência de 14 anos ou mais, ou seja, em idade de trabalhar, apenas 21,9% estiveram ocupadas em algum momento de 2022, percentual que sobe para 47,9% quando se considera o total desse recorte da população. Além disso, quase três quartos das pessoas com deficiência (74,5%) em idade de trabalhar estavam fora da força de trabalho, ou seja, nem trabalhavam nem estavam procurando emprego.

O rendimento médio real habitualmente recebido por mês relativo ao trabalho principal foi de R$ 1,7 mil em Pernambuco. No entanto, para as pessoas com deficiência o rendimento era equivalente a 72,9% desse valor, ou seja, R$ 1,3 mil, o sexto pior do Brasil. Por outro lado, o rendimento do trabalho principal das pessoas sem deficiência era de R$ 1,8 mil, sendo 1,4% acima da média nacional.

No recorte por raça, as pessoas com deficiência brancas ganhavam, em média, R$ 1,8 mil por mês, enquanto a população preta nessa condição recebia R$ 1,2 mil e a parda, mil reais.  

A taxa de informalidade é de 64% entre as pessoas com deficiência, superior aos 50,6% alcançados entre os trabalhadores em geral. Em média, o rendimento mensal do trabalhador no mercado informal para uma pessoa com deficiência é de R$ 757, o equivalente a 70,6% do salário de uma pessoa sem deficiência na mesma situação (mil reais). Já no mercado formal, a proporção dessa diferença diminui: uma pessoa sem deficiência recebe R$ 2,5 mil contra R$ 2,2 mil de uma pessoa com deficiência, 11,2% a mais.
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