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Idosa é submetida a cárcere privado, por três anos, pelo próprio filho

Publicado: 20/03/2023 às 12:20

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Uma idosa de 94 anos esteve em cárcere privado provocado pelo próprio filho, durante três anos. Ela foi libertada pela Polícia Civil, na última quinta-feira (20), de um quarto de motel, em Olinda. De acordo com a Polícia Civil, por meio da 15º Delegacia de Atendimento à Mulher, que recebeu denúncias anônimas, o estado em que a idosa se encontrava era muito ruim. Ela estava usando apenas uma fralda, enrolada em um lençol. O quarto estava imundo e não tinha ventilação.  “Estava magra e sem orientação alguma de tempo e espaço, porque onde ela estava não tinha sequer uma janela aberta”, disse a polícia, em nota.

 

De acordo com autoridades, as camareiras desconfiavam de que havia algo errado naquele quarto, porém, ao alugar um quarto, de acordo com os policiais, o espaço se configura como um domicílio e não se pode entrar sem consentimento. O motel oferecia serviço de limpeza, mas o filho sempre recusava. 

 

A Polícia Civil conseguiu prendê-lo em flagrante, no mesmo dia da libertação de sua mãe. A explicação dele é de que só queria “proteger” a mãe da pandemia de Covid-19. O cárcere seria uma forma de “isolamento”.

 

O homem, cujo nome e idade não foram revelados, deverá responder pelos crimes de maus tratos à pessoa idosa e cárcere privado, no contexto de violência doméstica e familiar. O agressor é filho da vítima. A Polícia Civil constatou que a renda da idosa gira em torno de R$ 15 mil. Além de imóveis, ela recebe pensão do falecido marido. O filho, claro, administrava o dinheiro.

 

A idosa foi socorrida por uma equipe do Samu e encaminhada a um hospital do Recife. Após as formalidades legais na Delegacia de Polícia, o autuado foi encaminhado para audiência de custódia. Ele teve a prisão preventiva decretada no dia seguinte.

 

A ação contou também com a participação de uma equipe da prefeitura de Olinda, responsável pela garantia dos direitos dos idosos. Como a idosa só tem esse filho, que foi preso, e não se conhece parentes que possam ajudá-la neste momento, ela será encaminhada para um abrigo. O Ministério Público de Pernambuco já foi notificado para auxiliar na solução do caso dela.  


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