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Arquidiocese e parceiros anunciam os primeiros serviços da Casa do Pão
Publicado: 23/09/2022 às 18:52

/Foto: Divulgação.
O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, reuniu os representantes da Prefeitura do Recife, das Defensorias Públicas do Estado de Pernambuco (DPPE) e da União (DPU), e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), nesta sexta-feira (23), na sede da Cúria Metropolitana, nas Graças. O grupo anunciou os serviços que serão ofertados na Casa do Pão, projeto que será legado do Congresso Eucarístico Nacional e está sendo implantado no bairro de Santo Antônio, área central da capital pernambucana. O local vai atender pessoas em situação de vulnerabilidade, em especial, as que vivem em situação de rua, a partir de 15 de novembro.
A Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, vai estruturar na Casa do Pão um Centro Integrado com serviços multiprofissionais de assistência social. A pasta também vai contribuir com toda equipe técnica, incluindo terceirizados, além do mobiliário necessário para o funcionamento do espaço. A ideia, segundo a secretária Ana Rita Suassuna, é levar uma “versão ampliada do Centro de Referência Especializados para População em Situação de Rua (Centro POP)”.
“Temos o programa Recife Acolhe que a gente tinha planejado abrir um serviço de atendimento integral à população em situação de rua justamente daquela área, e a Casa do Pão quando foi apresentada vimos que dialogava bastante com esse projeto, então formamos essa parceria que vai qualificar esse atendimento. É uma satisfação para a Prefeitura do Recife, porque entendemos a importância desse equipamento na perspectiva de levar autonomia para quem mais precisa”, afirmou a secretária.
Desde 2019, a DPPE e a DPU, com apoio do grupo Samaritanos da Paróquia de Casa Forte, realizam a Ronda de Direitos. A ação leva serviços jurídicos gratuitos às ruas exatamente nos locais onde famílias sem moradia pernoitam com o objetivo de que os atendimentos possam acontecer de maneira frequente sem perder o contato com esses beneficiários.
De acordo com o Coordenador do Núcleo de Direitos Humanos da DPPE, Henrique da Fonte, a estratégia não tem sido suficiente. A expectativa é de que as lacunas sejam supridas pela Casa do Pão. “Na Ronda de Direitos existe a dificuldade de reencontrar a pessoa por conta da característica de deslocamento. Na Casa do Pão vai haver um fluxo mais frequente dessa população, o que nos ajudará no atendimento. Então foi um encontro muito feliz da defensoria com esse projeto tão importante da Igreja Católica”, disse o coordenador.
Junto com a DPU, a DPPE pretende iniciar a oferta de serviços, como retirada de documentos e acesso a benefícios sociais, a exemplo do Auxílio Brasil e do Benefício de Prestação Continuada (BPC), com 20 atendimentos semanais cada. Basta que o cidadão compareça à Casa do Pão sem necessidade de agendamento.
“A DPU tem por atribuição constitucional atender juridicamente os necessitados de maneira gratuita e integral, portanto, esse público em situação de rua é nossa prioridade. A gente chega nesse projeto muito bonito para somar no atendimento a essa população, disponibilizando equipes para os atendimentos semanais, mas já com a perspectiva de ampliação. A ideia é que essas pessoas por si mesmas possam se sustentar e daí sair dessa condição de vulnerabilidade gritante”, explicou a defensora pública chefe da DPU em Recife, Ana Erhardt.
Estação Social Instituto Menino Miguel
A Casa do Pão será a sede da Estação Social Instituto Menino Miguel. O projeto pioneiro está sendo desenhado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) com o objetivo de levar capacitação envolvendo alunos da instituição de ensino. Segundo o professor Humberto Miranda, a proposta é cuidar de quem cuida a partir da geração de cursos de extensão.
“A ideia é que os estudantes de pós-graduação estejam dentro da Casa do Pão para que possam conhecer de perto a realidade do povo em situação de rua e com isso criar outra cultura formativa da acolhida e da fraternidade. Assim formar futuros professores, engenheiros, médicos a partir de um olhar sensível para os problemas sociais”, declarou Miranda.
O docente antecipou a participação de alunos do mestrado profissional em saúde única e do programa de pós-graduação em história da UFRPE. Além disso, há um diálogo em andamento com o departamento de letras da universidade para a elaboração de um plano de ação visando o atendimento dos migrantes e refugiados.
“A Estação Social vai trabalhar com ações permanentes, buscando captar recursos e novas parcerias que leve conhecimento para a Casa do Pão. Será a universidade onde o povo está”, concluiu Miranda.
A Casa do Pão
A Casa do Pão tem como missão atender pessoas em situação de vulnerabilidade, através de parcerias com pessoas físicas, empresas e órgãos públicos, oferecendo atendimentos espiritual, médico e jurídico, além de serviços de lavanderia, banho e restaurante-escola.
O prédio de três pavimentos, localizado na esquina da Rua do Imperador e Rua 1º de Março, irá abrigar uma capela que receberá o nome da primeira santa brasileira: Santa Dulce dos Pobres, canonizada em 2019.
O local está sendo totalmente reformado, mas as primeiras ações como a entrega de 150 refeições diárias e atendimento médico já estão sendo realizadas em outro prédio próximo de maneira provisória.
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