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Parque Estadual Dois Irmãos homenageia a onça-pintada "Pelé"

Publicado: 06/05/2022 às 14:16

/Foto: Lu Rocha/ Semas PE.

/Foto: Lu Rocha/ Semas PE.

A história da chegada de "Pelé" ao Parque Estadual Dois Irmãos foi bem especial. Começou, na verdade, com a vinda da sua mãe "Jaboticaba", que havia sido transferida do Zoológico de Salvador.  O que ninguém sabia é que a fêmea, que já havia passado por duas gestações cujos filhotes não vingaram, estava prenha. Um mês depois, veio a surpresa: nasceu "Pelé", uma onça-pintada linda com a pelagem escura igual à da mãe.  Neste sábado (07), "Pelé" completa 12 anos e o Parque Estadual Dois Irmãos preparou uma programação especial para homenagear o felino e à espécie, que está ameaçada de extinção do Brasil.

No seu aniversário, a equipe técnica do PEDI vai dar um presente para "Pelé" com enriquecimento ambiental, com tudo o que ele gosta de comer e com um plus: um osso para interação. O presente será entregue no final da manhã e quem for ao parque poderá conferir a celebração e ainda saber mais sobre a espécie. "Pelé" é um animal bastante saudável, pesa aproximadamente 60kg. Por ter nascido em cativeiro, não foi possível ser reintroduzido na natureza. Mas no PEDI, recebe todo o tratamento adequado.  Conta com acompanhamento de biólogos e veterinários e passa por avaliações periódicas de saúde, o seu manejo acontece uma vez por ano. Carnívoro, alimenta-se diariamente de carne de boi, de frango, de porco e de vísceras de boi. É um animal temperamental (bem bravo), mas bastante responsivo, ágil, rápido, sobe em árvores e nada muito bem. O espaço dele foi melhorado recentemente e conta com lago, árvores e novos instrumentos.

Única onça-pintada no Parque, a pelagem de "Pelé" chama a atenção. É de coloração escura, aparentemente preta, caracterizada por um fenômeno conhecido por melanismo (grande acúmulo do pigmento melanina). “Embora ele tenha pelo de cor preta, as rosetas que caracterizam a espécie podem ser vistas na pele do animal de acordo com a luminosidade no ambiente. Independentemente da cor, esses felinos podem cruzar e daí nascer filhotes. A possibilidade de nascer uma onça-preta é bem menor do que o de uma onça-pintada, cerca de 6%. O que torna Pelé ainda mais especial", explica Fernanda Justino, coordenadora da Divisão de Veterinária e Biologia do PEDI.

A onça-pintada (Panthera onca), também conhecida como onça-preta ou jaguar, é considerada o maior felino das Américas (podendo chegar a pesar 135 kg) e o terceiro maior do mundo, perdendo em tamanho apenas para o tigre e do leão. Ocorre em quase todos os biomas brasileiros (Mata Atlântica, Floresta Amazônica, Pantanal, Caatinga, Cerrado). Dentre as principais ameaças à espécie estão a perda e fragmentação de habitat, a caça e a diminuição iminente dos remanescentes florestais.  É um animal de topo da cadeia alimentar, ou seja, que controla populações de outras espécies e, com isso, sustenta um delicado equilíbrio entre fauna e flora. Sua presença é um importante bioindicador da qualidade de um ambiente natural. Na natureza, a sua expectativa de vida é de 12 a 15 anos. Em cativeiro, como "Pelé", a expectativa é de cerca de 20 anos.

 

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