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PRAIA DE CANDEIAS

Agência investiga se "mancha escura" na praia de Jaboatão é esgoto não tratado ou algas; moradores protestam

Publicado em: 01/03/2022 11:33

Prefeitura notificou 81 condomínios para que, dentro de um prazo de 60 dias, providenciem os serviços de regularização da rede de esgoto. (PJG/Reprodução)
Prefeitura notificou 81 condomínios para que, dentro de um prazo de 60 dias, providenciem os serviços de regularização da rede de esgoto. (PJG/Reprodução)
Após denúncias dos moradores do aparecimento de uma “mancha escura” na praia de Candeias, em Jaboatão, Região Metropolitana do Recife, na segunda-feira (28), a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) informou que existe a possibilidade de a mancha ser devido a concentração de sargaço, comum nos meses de janeiro a março devido as altas temperaturas. A Agência também considerou se tratar de esgoto não tratado, que serve de nutriente para algas se proliferarem. A prefeitura de Jaboatão dos Guararapes informou que 81 condomínios foram notificados para que, dentro de um prazo de 60 dias, regularizem a rede de esgoto. A gestão esclareceu que as equipes de limpeza urbana atuam na orla e faixa de areia das praias do município de domingo a domingo, retirando o sargaço que não retorna naturalmente ao mar após a baixa da maré. A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) explicou que não faz lançamento inadequado de efluentes. Uma reunião está prevista para a próxima sexta-feira (4), entre a prefeitura, a Compesa, a empresa BRK e a CPRH. Os moradores do bairro, fizeram um ato nesta terça-feira (1º) para cobrar solução para o mau cheiro.

“Há uma grande quantidade de imóveis no município que não está ligada à rede coleta de esgotamento sanitário, mas sim à rede de drenagem de águas pluviais.  A Prefeitura, inclusive, já iniciou a notificar os responsáveis por imóveis que estão ligadas à rede de drenagem, para que se legalizem”, disse o diretor de licenciamento ambiental da CPRH, Eduardo Elvino.

A Compesa explicou, por nota, que área é contemplada com sistema de esgoto, em obra feita por meio do Programa Cidade Saneada, em parceria com a empresa BRK Ambiental, para o atendimento de 75 mil pessoas. O investimento foi de R$ 85 milhões. “Os clientes que fizeram a correta conexão à rede pública estão usufruindo dos serviços de tratamento do esgoto doméstico. Entretanto, boa parte dos imóveis ainda não está conectado, e, por isso, a Compesa reforça a necessidade da ligação à rede, de forma a garantir a destinação apropriada”.

A CPRH ressaltou que acompanha o caso e que solicitou, junto aos responsáveis, a solução dos impactos decorrentes do lançamento indevido de esgotos na rede de drenagem. “Além do mais é importante ressaltar que uma grande quantidade de esgotos são lançados na rede de drenagem de águas pluviais que tem como destino o mar, e os nutrientes presentes nos esgotos domésticos servem de alimento para as algas contribuindo também para sua proliferação”. 

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente de Jaboatão reforçou que a remoção do sargaço deve ser feita única e exclusivamente por equipes da prefeitura, e que, quando feita de forma irregular, pode caracterizar crime ambiental.

Sargaço
Segundo especialistas da CPRH, a floração das algas, é um fenômeno geralmente sazonal, e conduz ao crescimento rápido dos organismos na coluna de água, resultando numa acentuada redução da transparência, coloração e frequentemente na presença de odor e sabor nas águas. Este fenômeno é, em geral, consequência do enriquecimento da massa d’água com nutrientes.
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