IAPQ

Instituto de Cegos do Recife planeja crescer em 2022

Publicado em: 26/11/2021 07:25

 (Foto: Duda Carvalho/Maúna Produtora)
Foto: Duda Carvalho/Maúna Produtora
Habilitar, reabilitar e dar todo o apoio psicossocial para pessoas cegas ou com baixa visão. Assim é como se define a missão do Instituto de Cegos Antônio Pessoa de Queiroz (IAPQ), entidade ligada à Santa Casa da Misericórdia do Recife, mantenedora do local. Para que todos os atendidos possam conquistar seus espaços e viver com liberdade e autonomia, o Instituto oferece, gratuitamente, diversas aulas aulas como: braille, sorobã; informática; música; Orientação e Mobilidade (OM); Atividades da Vida Autônoma (AVA); entre outras. 

Em entrevista ao Diario de Pernambuco, Esmeralda Moura, gerente de educação e assistência social da Santa Casa da Misericórdia do Recife, falou sobre as dificuldades causadas pela pandemia ao Instituto - primeiro voltado para cegos da Região Nordeste e o segundo do País - que recebe alunos de várias partes de Pernambuco e até de estados vizinhos. “Em 2020, precisamos suspender as atividades presenciais por conta do agravamento da pandemia, mas procuramos dar a assistência necessária aos nossos alunos, por meio de aulas remotas, e garantindo, inclusive, a segurança alimentar daqueles mais vulneráveis. Para esse grupo, fizemos a entrega de cestas básicas e itens alimentícios que recebemos de doações e empresas parceiras”, afirmou.

Atualmente, o IAPQ atende cerca de 150 pessoas matriculadas, entre adultos, crianças e jovens, apesar de ter capacidade para atender mais. Para isso, conta com 30 funcionários, dos quais 27 são colaboradores contratados pela Santa Casa e outros três são professores cedidos pela Prefeitura do Recife, além da contribuição de alguns voluntários. Por meio das aulas oferecidas, os alunos têm acesso à informação e adquirem o conhecimento necessário para evolução nos estudos e inserção no mercado de trabalho. Outras atividades estão voltadas ao ensino da locomoção segura pelas ruas e da realização de tarefas básicas do cotidiano, além de práticas esportivas e de lazer.

“É gratificante vê-los passando no vestibular, em concursos públicos e bem-sucedidos em seus empregos, isso mostra como a nossa obra impacta positivamente tantas vidas. Oferecemos, ainda, aulas de música, dança e a prática de esportes voltados para pessoas com deficiência visual. Contamos, também, com psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas e outros profissionais capacitados que acompanham esse aluno ao longo da sua trajetória conosco”, declarou a gerente.

Retomada
Mesmo com o avanço da vacinação e as medidas preventivas, a retomada das atividades do Instituto está prevista apenas para 2022. O motivo é a necessidade de precauções extras para proteger os alunos, que em muitos casos precisam estar acompanhados por familiares nas salas de aula. As principais metas são de expansão das atividades e de algumas estruturas. “Um dos planos para o próximo ano é investir mais no esporte, nos nossos atletas de goalball, futebol de cinco. Precisamos concluir a nossa piscina, a nossa casa-modelo, melhorar as condições da nossa gráfica, para que possamos contribuir mais com a sociedade na questão da acessibilidade dos estabelecimentos e espaços públicos. São metas que a gente pensa em implantar”, destacou.

Esmeralda aproveitou a oportunidade para fazer um apelo à sociedade pernambucana e aos gestores públicos para que conheçam e valorizem o trabalho realizado pelo IAPQ, possibilitando, assim, a ampliação do mesmo através da divulgação. Ela lembrou que a população também pode colaborar contratando massoterapeutas do projeto Suaves Mãos. São seis profissionais cegos que realizam diversos tipos de massagem e cuja renda arrecadada com os atendimentos é revertida para a entidade. 

“Chamamos atenção, também, aos empresários, para que pensem na comunicação acessível com os seus públicos e contem conosco para os serviços de gráfica em braille. Por exemplo, restaurantes que precisam disponibilizar cardápios em braille; instituições de ensino que queiram adequar seus livros e sinalizações; placas táteis para áreas turísticas. Queremos promover a cidadania e a acessibilidade para além dos nossos próprios muros”, ressaltou.
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