Vida Urbana

O livro foi desenvolvido durante projeto de leitura realizado na unidade socioeducativa de Arcoverde./Divulgação
Dois adolescentes de 17 anos participaram, na noite da terça (5), do lançamento de “Diário da tranca” na XIII Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, no Centro de Convenções, em Olinda. A obra, escrita por eles e mais 16 socioeducandos em internação na unidade da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) em Arcoverde, no Sertão, fala de percepções desse público sobre a privação de liberdade, de sentimentos sobre a vida e a família e do deslumbramento por descobertas vivenciadas a partir da leitura.
“É um livro cheio de emoções e algo que é baseado na nossa realidade. Antes, eu estava preso. Agora, eu sou escritor. Isso é muito inspirador pra mim”, testemunhou Murilo (nome fictício), que participou do projeto dentro do Case/Cenip Arcoverde, a unidade da Funase no município, e, atualmente, já está em liberdade. O outro socioeducando, Ricardo (nome fictício), ainda está em atendimento pela Funase. Ele destacou a representatividade de ser inserido em um espaço como a Bienal. “Só o fato de não ser chamado de marginal, e sim de escritor, muda tudo. Fiquei feliz, porque não sabia que eu podia escrever um livro”, declarou.
A obra, que, antes de chegar à Bienal, foi também lançada em Arcoverde, em agosto deste ano, teve organização da pedagoga Jedivam Conceição, servidora da unidade local da Funase. A produção do livro ocorreu no âmbito do projeto Clube Castelar, implantado em parceria com o Judiciário, em setembro de 2020, com o objetivo de promover ações de estímulo à leitura dentro do Case/Cenip Arcoverde. “Não quisemos que fosse um livro para os meninos, mas feito por eles. O projeto traz muito isso: as diversas visões dos adolescentes que estão na Funase. Foram 18 autores e 18 percepções sobre como é estar ali”, detalhou Jedivam.
Wellington de Melo, editor da Mariposa Cartonera, responsável pela publicação, explica que o projeto é transformador por permitir que o público do sistema socioeducativo tenha vez e voz. “O livro foi editado pela Mariposa em parceria com a Cartonera Castelar, editora que nasceu a partir do projeto. Cada um tem uma capa diferente, produzida com papelão e tinta guache pelos próprios autores. E estão agora aqui, em um evento como a Bienal. Isso mostra que qualquer pessoa pode fazer e comercializar os próprios livros, se expressar sem precisar ter acesso a uma editora do Rio, São Paulo ou Nova York. É algo transformador”, afirmou.
Serviço
A aquisição de “Diário da tranca” é feita mediante a troca por outro livro não didático que possa ser incorporado ao espaço de leitura da unidade da Funase em Arcoverde. Outras informações podem ser obtidas por meio do telefone (87) 99964.0118.
“É um livro cheio de emoções e algo que é baseado na nossa realidade. Antes, eu estava preso. Agora, eu sou escritor. Isso é muito inspirador pra mim”, testemunhou Murilo (nome fictício), que participou do projeto dentro do Case/Cenip Arcoverde, a unidade da Funase no município, e, atualmente, já está em liberdade. O outro socioeducando, Ricardo (nome fictício), ainda está em atendimento pela Funase. Ele destacou a representatividade de ser inserido em um espaço como a Bienal. “Só o fato de não ser chamado de marginal, e sim de escritor, muda tudo. Fiquei feliz, porque não sabia que eu podia escrever um livro”, declarou.
A obra, que, antes de chegar à Bienal, foi também lançada em Arcoverde, em agosto deste ano, teve organização da pedagoga Jedivam Conceição, servidora da unidade local da Funase. A produção do livro ocorreu no âmbito do projeto Clube Castelar, implantado em parceria com o Judiciário, em setembro de 2020, com o objetivo de promover ações de estímulo à leitura dentro do Case/Cenip Arcoverde. “Não quisemos que fosse um livro para os meninos, mas feito por eles. O projeto traz muito isso: as diversas visões dos adolescentes que estão na Funase. Foram 18 autores e 18 percepções sobre como é estar ali”, detalhou Jedivam.
Wellington de Melo, editor da Mariposa Cartonera, responsável pela publicação, explica que o projeto é transformador por permitir que o público do sistema socioeducativo tenha vez e voz. “O livro foi editado pela Mariposa em parceria com a Cartonera Castelar, editora que nasceu a partir do projeto. Cada um tem uma capa diferente, produzida com papelão e tinta guache pelos próprios autores. E estão agora aqui, em um evento como a Bienal. Isso mostra que qualquer pessoa pode fazer e comercializar os próprios livros, se expressar sem precisar ter acesso a uma editora do Rio, São Paulo ou Nova York. É algo transformador”, afirmou.
Serviço
A aquisição de “Diário da tranca” é feita mediante a troca por outro livro não didático que possa ser incorporado ao espaço de leitura da unidade da Funase em Arcoverde. Outras informações podem ser obtidas por meio do telefone (87) 99964.0118.
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