Vida Urbana
ENCONTRO
Movimento Aids entrega recomendações ao Ministério da Saúde nesta terça
Publicado: 30/08/2021 às 15:30

/Arquivo/ Agência Brasil
Ativistas e comunicadores do Movimento Aids vão entregar ao Ministério da Saúde uma lista com 40 recomendações, nesta terça-feira (31). O documento que será recebido pelo diretor do departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI), Gerson Pereira, foi criado a partir dos debates no II Comunicaids, seminário realizado em julho pela ONG Gestos - Soropositividade, Comunicação e Gênero. A entrega da recomendação acontecerá às 11h durante uma Live no canal de Youtube da Organização Não-Governamental. O evento também marcará o lançamento da campanha institucional de marketing social da ONG contra a discriminação enfrentada por pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA).
De acordo com a Gestos, o seminário II Comunicaids foi realizado reuniu comunicadores e ativistas do Movimento Aids e de organizações da sociedade civil para debater, no contexto da pandemia de Covid-19, estratégias de comunicação que promovam o acesso à informação e prevenção ao novo coronavírus e a Aids.
Ainda segundo a organização, as recomendações foram construídas coletivamente entre os participantes durante o encontro, sendo compiladas posteriormente em um documento dividido em quatro sessões.
O texto traz considerações que servem para nortear a lista de recomendações, entre elas a de que o risco de contágio (seja pelo HIV, ou pela Covid-19) "está sujeito a determinantes sociais, como gênero, raça, classe, entre outros, que se intensificam de acordo com o grau de vulnerabilidade social". O material também chama atenção para a necessidade de criação e manutenção de conteúdos direcionados para esses públicos em diversos meios e plataformas de comunicação.
"Entre as principais recomendações, estão a centralidade e o protagonismo da pessoa vivendo com HIV/AIDS nos materiais de comunicação, além da utilização de elementos textuais e imagéticos humanizados, ou seja, que respeitem a figura humana e seus direitos fundamentais, bem como os princípios do Sistema Único de Saúde, valorizando assim a vida e os direitos sexuais e reprodutivos de todos os grupos sociais", disse em nota a Gestos.
Recomendações
1. Valorizar o acúmulo das organizações da sociedade civil no campo da comunicação sobre pandemias, o que inclui evitar a concepção de grupos de risco, bem
como fomentar a participação das comunidades na construção das estratégias
comunicacionais. Nesse sentido, a comunicação comunitária continua sendo essencial;
2. Reorientar sua comunicação a partir dos direitos humanos e princípios do SUS
e, assim, contribuir para enfrentar o racismo, fortalecer a equidade de gênero e as
diversidades, questões centrais para as respostas ao HIV e à Covid-19;
3. Priorizar processos de comunicação de nicho, adequando a linguagem (em
toda sua pluralidade de códigos, símbolos, signos e ícones) ao público destinatário;
4. Publicar editais para financiar ações de comunicação da sociedade civil, a fim
de ampliar o impacto nos territórios, aumentar a acessibilidade de PVHIV às tecnologias de informação e comunicação e alcançar, sobretudo, as populações em situação
de maior vulnerabilidade;
5. Financiar ações de midia training para ativistas, além de capacitações sobre o
uso das mídias sociais como ferramenta de intervenção social em saúde;
6. Implementar estratégias de comunicação e informação sobre HIV e Covid-19
nos serviços públicos de saúde (entre outros serviços públicos);
7. Desenvolver ações de comunicação em espaços comunitários pois nem todas
as pessoas têm acesso com facilidade às tecnologias de informação e comunicação
(TIC); é urgente alcançar efetivamente a população analfabeta e de menor escolaridade;
8. Promover com outros departamentos estratégias de comunicação interssetorial que incluam o tema do HIV e da Aids, assim como o da Covid-19;
9. Combater fake news relacionadas à saúde, sobretudo sobre a vacinação, o tratamento da Covid-19 e sua relação com o HIV/Aids;
10. Divulgar informações dos Boletins Epidemiológicos de HIV/Aids com linguagem adequada e acessível para que cheguem à diversas populações;
11. Realizar outros eventos públicos sobre Comunicação em saúde e AIDS, inclusive com perspectiva sub-regional.
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