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Avanço da Covid-19 no Agreste exige endurecimento das medidas restritivas, atestam gestores

Publicado: 26/05/2021 às 08:54

/Aluisio Moreira/SEI

/Aluisio Moreira/SEI

Em reunião virtual realizada pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Governo do Estado e prefeitos do agreste traçaram uma estratégica conjunta de atuação para conter o avanço dos casos de Covid-19 na região, na manhã de ontem (25). O objetivo é reforçar a adoção das medidas restritivas previstas no Decreto Estadual nº50.752/2021 e intensificar a fiscalização do cumprimento do isolamento social e das medidas sanitárias para o período, além de solicitar a abertura de novas vagas de retaguarda nos serviços municipais de saúde. O novo decreto começa a vigorar nesta quarta-feira (26) e vai até o dia 06 de junho.

“O que está acontecendo no Agreste, neste momento, é uma alta transmissão. E, em virtude disso, um crescimento exponencial da procura por leitos de enfermaria e, principalmente, de UTI. Estamos trabalhando na abertura de mais leitos, na busca de medidas restritivas que possam diminuir a velocidade de transmissão do vírus e, evidentemente, fazendo com que a vacinação aconteça dentro dos parâmetros do Plano Nacional de Imunização”, afirmou o governador Paulo Câmara (PSB).

O procurador-geral de Justiça Paulo Augusto de Freitas ao se dirigir aos prefeitos e secretários de Saúde presentes, pontuou que é preciso medidas mais eficazes de atuação para impedir que a lei seja burlada. "São dados que devem ser tratados com responsabilidade e transparência e nos incitam a ir ao encontro da sociedade para defender a importância das medidas restritivas, que o mundo já mostrou serem eficazes. De nossa parte, o Ministério Público vai cobrar, com diálogo, a adoção das medidas sanitárias e a articulação das Guardas Municipais, das Vigilâncias Sanitárias, dos Procons e das polícias para coibir aglomeração nas áreas urbanas e rurais. Não podemos permitir que as pessoas sigam sem usar máscara, que façam festas clandestinas na zona rural e desrespeitem deliberadamente as restrições necessárias", salientou o procurador-geral de Justiça Paulo Augusto de Freitas.

De acordo com o presidente da Amupe, José Patriota, os prefeitos apoiam as medidas restritivas do Governo do Estado e concordam que o momento exige endurecimento de regras. “Fazemos um apelo a todos os segmentos para que, em defesa da vida, possamos ficar esses 15 dias de forma remota e sem aglomerações. Estamos vivendo um momento difícil, onde os números mostram o dobro do que já aconteceu. Precisamos da compreensão e cooperação de todos”, observou Patriota.

O secretário estadual de Saúde, André Longo, que também participou da reunião, alertou que muitos municípios da região passam por um pico histórico de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e que as medidas restritivas precisam ser enérgicas para reverter o aumento de casos.
Além da falta de leitos, a ausência de insumos como oxigênio e EPIs foi um assunto levantado pelos prefeitos. José Martins, prefeito de João Alfredo, afirmou que no mês de maio foi registrado um aumento significativo do uso de oxigênio, com uma média de 20 cilindros por dia.

Ainda durante a reunião, o governador anunciou que solicitou ao Ministério da Saúde mais testes de antígeno, concentradores de oxigênio e uma investigação sobre as novas variantes da Covid-19 nas amostras coletadas no Agreste. “Ontem, enviamos um ofício ao ministro da Saúde que, inclusive, já nos respondeu que está tomando as providências. Pedimos um amplo processo de testagem em toda a região Agreste para verificarmos se há uma nova variante em circulação. Algumas amostras coletadas já foram para laboratórios e, nos próximos dias teremos essas informações”, explicou Paulo Câmara.

A reunião também contou com a presença da vice-governadora Luciana Santos e dos secretários estaduais André Longo (Saúde), Alexandre Rebelo (Planejamento e Gestão) e Antonio de Pádua (Defesa Social), além do procurador-geral do Ministério Público de Pernambuco, Paulo Augusto, e de 55 gestores municipais, entre prefeitos e secretários.

Novo decreto
Começa a vigorar nesta quarta-feira (26), até o dia 06 de junho, o decreto que estabelece quarentena rígida no Agreste, sendo 53 municípios das Gerências Regionais IV e V, com sedes em Caruaru e Garanhuns, e 12 cidades da Geres II, sediada em Limoeiro. A partir desta quarta, apenas atividades permitidas poderão funcionar. Na Macrorregião 1, que engloba a capital, a Região Metropolitana e áreas da Zona da Mata, também haverá restrições nos próximos dois finais de semana. Para o Sertão de modo geral, que contempla as Macrorregiões 3 e 4, permanece o esquema de funcionamento até 20h, de segunda a sexta, e até 18h nos finais de semana.
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