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Malawi, na África, controla a Covid-19 com ajuda de pesquisadores da UFPE e UFRPE e rede mundial de colaboradores

Publicado em: 13/04/2021 19:08 | Atualizado em: 13/04/2021 19:21

 (Foto: Marco Longari/AFP
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Foto: Marco Longari/AFP
Pesquisadores do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e do Instituto para Redução de Riscos e Desastres em Pernambuco (IRRD-PE) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) uniram-se ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e ao Governo do Malawi no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus nesse país africano. A partir de uma plataforma criada pelos estudiosos, que combina dados obtidos por ação de drones e satélites avaliados por ferramentas científicas, tem sido possível rastrear e diminuir a disseminação da Covid-19 no Malawi.

A plataforma tem por mote o mapeamento para reduzir a contaminação. Por meio de ferramentas matemáticas, biológicas e geoespaciais, que incluem drones e satélites, a vigilância hiperespectral da pandemia permite que os pesquisadores prevejam os momentos de pico de infecção da Covid-19 com até cinco semanas de antecedência. Isso ajuda as autoridades governamentais a planejarem ações de contingência de forma antecipada, evitando os novos casos da doença. 

“Conseguimos, junto com eles [autoridades do Malawi], controlar a pandemia da Covid-19 nos dois grandes surtos por lá”, afirma um dos líderes da pesquisa, Jones Albuquerque, que é pesquisador do Lika-UFPE e professor do Departamento de Estatística e Informática da UFRPE. “Observemos que o país Malawi tem área territorial muito semelhante a Pernambuco, um pouco mais que o dobro da população e é muito mais pobre que Pernambuco, e é acometido por doenças tropicais como nós. Alguns dos resultados obtidos pelo Malawi no combate à pandemia podem ser vistos na própria plataforma, como o número atual de óbitos em próximo a zero e o risco pandêmico, medido pelas Curvaturas de Ricci, muito baixo, o que sugere, sim, a pandemia sob controle e população do Malawi saudável para Covid-19”, explica.

A plataforma foi desenhada e estruturada pelo Lika e IRRD, via Cooper/Smith, Epitrack e com financiamento do Unicef Malawi – a força tarefa de enfrentamento da pandemia também inclui o Ministério da Saúde do Malawi. A atualização é feita pelas equipes do Lika e IRRD geralmente a cada 15 dias, conforme periodicidade definida pelo Governo do Malawi. O trabalho do grupo brasileiro é realizado de forma remota.

Ao todo, 68 pesquisadores integram a resposta em emergência à Covid-19 pelo IRRD-Lika para o mundo. São coordenados pelos professores Jones Albuquerque e José Luiz de Lima Filho, diretor do Lika.

O trabalho no Malawi específico para a pandemia começou em fevereiro de 2020, mas, desde janeiro de 2019, o Lika e o IRRD realizam ações de vigilância epidemiológica nesse país, a partir de um memorando de entendimento mantido com o Unicef Malawi.

Brasil

A plataforma com dados da pandemia no Malawi é semelhante àquela mantida em Pernambuco pelo mesmo grupo de pesquisadores em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado. Nela, os números locais da Covid-19 são atualizados diariamente, inclusive com gráficos e informes.
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