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DIRTY MONEY

Com envolvimento de ex-bancário, polícia prende suspeitos de sequestrar empresário em troca de criptomoedas

Publicado: 28/04/2021 às 12:00

/Foto: Divulgação/Polícia Civil de Pernambuco

/Foto: Divulgação/Polícia Civil de Pernambuco

Após desencadear a operação "Dirty Money", a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) anunciou, nesta quarta-feira (28), a prisão de oito suspeitos de participação no sequestro de um empresário em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. De acordo com a polícia, os investigados praticaram o sequestro em troca de criptomoedas - moedas virtuais. As prisões são temporárias, sendo que cinco foram cumpridas em Pernambuco e outras três no estado de São Paulo. Além disso, outros 13 mandados de busca e apreensão foram executados.

A investigação foi iniciada em março deste ano com o objetivo de identificar e desarticular integrantes de uma organização criminosa após um empresário ter sido sequestrado em Boa Viagem no dia 10 do mesmo mês. De acordo com o delegado responsável pelo caso e titular do Grupo de Operações Especiais (GOE), Paulo Berenguer, a vítima chegava ao seu local de trabalho, quando foi surpreendido com a abordagem de três homens, que estavam armados, segundo o gestor. O delegado conta que os suspeitos colocaram o empresário dentro de um veículo e o levaram para o condomínio Golden Shopping, localizado no mesmo bairro.

"A partir dali, começou o processo de negociação. Ele foi libertado depois de três horas através do pagamento de resgate". Ainda segundo o delegado, a vítima chegou a ser torturada. Segundo a polícia, o grupo organizado exigiu valores (não informados) em cotas de criptomoedas, que são moedas virtuais, em troca da liberdade da vítima. Após o pagamento, o empresário foi liberado do cativeiro.


A associação atuava nos municípios de Recife, Sanharó e São Bento do Una, no Agreste do estado, além de São Paulo. "Essa modalidade de sequestro é novidade. Foi a primeira que ocorreu no Brasil, onde o pagamento do resgate seria através de criptomoedas [...]. A organização criminosa é composta por oito elementos altamente estruturados, de São Paulo e outra parte de Pernambuco", afirmou Berenguer.

De acordo com o gestor, parte do grupo atuou em outro sequestro no estado sudestino em 2020. O delegado ainda informou que a associação também contava com os serviços de duas mulheres, que não tiveram as identidades reveladas.

"As duas mulheres que foram presas participaram no pagamento dos alugueis dos veículos que foram utilizados no sequestro e no aluguel dos apartamentos que serviram como base da organização criminosa e também para utilizar um dos imóveis como cativeiro". Já o líder do grupo é ex-bancário, como atesta Berenguer.

"Extremamente habilidoso, investidor financeiro com conhecimento forte em informática. Inclusive, é ex-bancário na Caixa Econômica Federal. É uma pessoa que tem um bom conhecimento em investimentos financeiros".

Os oito mandados de prisão, além dos 13 mandados de busca e apreensão domiciliar foram expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital. Caso julgados culpados, os suspeitos vão responder pelos crimes de extorsão mediante sequestro, organização criminosa armada, tortura, receptação de veículo roubado, uso de documento falso, adulteração de sinal de veículo, lavagem de capitais e lesão corporal.

A 29ª Operação de Repressão Qualificada no ano contou com os trabalhos de 35 policiais civis, além do apoio operacional da Divisão Antissequestro da Polícia Civil de São Paulo. "Aqui em Pernambuco, toda quadrilha foi desarticulada. Agora, é certo que, em face do tamanho do crime e da forma como eles atuam, é possível que essa quadrilha seja maior. As investigações sempre continuam". 








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