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Vida Urbana
RECIFE SEM GALO

No espaço vazio do Galo e ruas do Recife, vidas sendo poupadas

Publicado: 13/02/2021 às 15:19

/Fotos: Carol Thorp/ DP

/Fotos: Carol Thorp/ DP

'Ô, saudade' foi um dos principais sentimentos que os recifenses entrevistados pelo Diario expressaram nesta manhã, no cruzamento da Av. Guararapes com a Rua do Sol. Nas ruas do Recife, foi possivel encontrar pessoas conformadas com a imposição do vírus: praças, ruas e avenidas vazias. Apenas aglomerações de amigos foram avistadas no percurso da Praça Sérgio Loreto, concentração do Galo da Madrugada, até a Ponte Duarte Coelho, onde a alegoria é instalada anualmente.

Para o folião Zé Pereira, homônimo daquele que nomeia o sábado de carnaval, "vidas estão em jogo, precisamos nos fortalecer psicologicamente,  nos cuidar, e cuidar de nossa família, para, assim, termos carnavais a mais". José Pereira costuma prestar homenagens a Chico Science anualmente no Galo da Madrugada e no carnaval de rua em Olinda. 

Segundo Josué Rodrigues, é uma pena ter as ruas vazias, mas reconhece que a segurança é uma prioridade para o momento. Ele contou ao Diario que, como folião nato, já esteve em cordões de isolamento em Salvador, que vai sempre a Olinda e costuma ir ao bloco das Virgens e ao Alto da Sé; já no Recife sua preferência sempre foi o Galo da Madrugada.

Em períodos de situações extremas, são necessárias medidas igualmente extremas. Neste ano, o fulgor do carnaval ficará guardado em nosso corpo e memórias, mas, quando a chave for virada e o coronavírus for menor do que a tragédia imposta: todos os clarins, passistas e alegorias retornarão aos seus blocos e ruas.
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