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Mortes por doenças cardiovasculares cresceram até 71% durante a pandemia no Recife

Publicado em: 01/02/2021 09:50

 (Foto: Getty Images)
Foto: Getty Images
Um levantamento realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Hospital Alberto Urquiza Wanderley e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apontaram que, no Recife, o número de mortes por doenças cardiovasculares cresceu até 71% durante a pandemia. Na pesquisa também foram avaliadas outras cinco capitais brasileiras: Manaus (AM), Belém (PA), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Fortaleza (CE).

As mortes por doenças cardiovasculares não especificadas, infartos e AVCs (Acidentes Vasculares Cerebrais) chegaram a aumentar em 71% no Recife, 132% em Manaus, 126% em Belém, 87% em Fortaleza, 38% no Rio de Janeiro e 31% em São Paulo. “Cerca de 15% das pessoas que contraíram o coronavírus acabaram desenvolvendo algum problema no músculo cardíaco”, aponta Fernando Moraes, presidente da SBC em Pernambuco (SBC-PE).

Os cardiopatas estão no grupo de maior risco do coronavírus. Formas graves da doença causada pelo novo coronavírus podem comprometer ainda mais o sistema cardiovascular. “A Covid-19 provoca uma reação inflamatória generalizada, que acaba afetando vários órgãos do corpo, entre eles o coração.  Para quem já tem algum problema nesse órgão, pode agravar, e muito, a situação”, afirma Fernando. 

Além disso, o isolamento social causado pela pandemia trouxe outro agravante para os portadores de doenças cardíacas: o estudo aponta que muitos pacientes deixaram de procurar hospitais, fazer exames, consultas e até mesmo cirurgias por conta do medo do contágio pelo coronavírus. “Por falta de controle, muitas vezes a enfermidade acaba progredindo e até mesmo levando o paciente a óbito”, alerta o presidente da SBC-PE. “Os hospitais estão preparados, não é preciso ter medo de manter a rotina de exames e acompanhamento. Lembrando que, no Brasil, doenças cardiovasculares matam mais de 350 mil pessoas anualmente, e provocam 30% das mortes em todo o mundo”.


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