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Covid-19

Vacina Sputnik V será aposta de Pernambuco, caso governo federal não envie doses suficientes

Publicado em: 20/01/2021 18:41 | Atualizado em: 20/01/2021 21:17

 (Aluísio Moreira/SEI)
Aluísio Moreira/SEI
A vacina russa Sputnik V será a aposta de Pernambuco e outros estados do Nordeste para dar continuidade à campanha de imunização contra o novo coronavírus, caso o governo federal fracasse em enviar a quantidade necessária de novas doses. Em coletiva de imprensa transmitida pelo YouTube, na tarde desta quarta-feira, o secretário estadual de Saúde, André Longo, destacou que o Consórcio Nordeste já elaborou um memorando para aquisição de 50 milhões de vacinas desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Gamaleya. 

A Sputinik V ainda não teve uso emergencial aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Nesta quarta-feira, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Anvisa forneça informações, em até 72 horas, sobre a análise do pedido de uso emergencial que foi rejeitado pela agência no sábado, porque os documentos não apresentavam "requisitos mínimos para submissão e análise". A determinação de Lewandowski acatou pedido do governo da Bahia.

Nesta terça-feira, foi concluído o envio, pelo governo do estado, de todas as doses que cabem aos municípios aos 84 municípios e ao Arquipélago de Fernando de Noronha. As 270 mil doses do Coronavac/Butantan enviadas até agora a Pernambuco só podem cobrir 20% do público prioritário, que teve que ser fracionado neste primeiro momento para que um subgrupo mais crítico, formado por profissionais que atuam diretamente com pacientes de Covid-19, idosos e deficientes moradores de instituições, e indígenas de aldeias, possa ser imunizado logo.

Ainda não há definição sobre a produção de doses da CoronaVac no Brasil, que depende de insumos da China, nem da chegada da vacina AstraZeneca/Oxford produzida na Índia, devido ao fracasso do governo brasileiro nas negociações com aquele país.

"Lamentamos esse ambiente de incerteza na continudade do processo de vacinação. Temos procurado, no Conselho Nacional de Secretários de Saúde, que haja definição no envio de mais doses. O planejamento federal era vacinar o primeiro grupo prioritário em 30 dias. O cenário internacional é adverso e parecem não evoluir bem as negociações do Butantan e da Fiocruz para os insumos necessários à produção", disse.

Na manhã de hoje, o Fórum de Governadores assinou carta à Presidência pedindo que o presidente Jair Bolsonaro e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, dialoguem com a China para viabilizar a continuidade da vacinação. "É muito ruim que interrompamos esse processo, frustrando a esperança trazida pela vacina", destcou Longo. 

Ele criticou a inabilidade do governo federal na relação diplomática com a China, que tem sido marcada por declarações negativas contra o governo chinês. "Falas carregadas de negacionimso não podem colocar em xeque a vida e a esperança do povo brasileiro. Esperamos que o Ministério da Saude possa exercer sua prioriade na aquisição segura de vacinas. A escassez de doses que hoje é apresentada aos estados começa a gerar problemas na execução das vacinas. Está um clima de incerteza. Não sabemos se haverá interrupção da vacinação. Estamos pedido um cronograma", acrescentou. 
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