OLINDA
Mesmo com incertezas, comerciantes e turistas mantêm fluxo no Alto da Sé
Por: Felipe Pessoa
Publicado em: 12/01/2021 19:36 | Atualizado em: 12/01/2021 20:55
Foto: Arnaldo Sete/ Esp. DP |
No Alto da Sé, o movimento era um pouco menor do que o normal para o mês de janeiro. Figuras tradicionais do local, as tapioqueiras sentem o impacto da pandemia nas vendas e no movimento. Ana Paula Santos, 40, comerciante na Sé há mais de trinta anos, tenta compensar o prejuízo com mais dias de trabalho. “Eu não pensei ainda como é que vai ser este ‘tiro’, sem a gente trabalhar no Carnaval. Estou trabalhando todos os dias agora neste mês de janeiro para ver se vai suprir”, conta.
Maria José, a Zeinha, trabalha no Alto da Sé diariamente há 49 anos. Perto de completar 81 anos, a comerciante conta que teme os prejuízos trazidos pelo adiamento da programação de Carnaval. “Para tirar o prejuízo vai ser ruim”, confessa. Mesmo assim, a tapioqueira não perde a esperança de viver dias melhores. “Com a vacina, melhora”, torce.
Acostumada com carnavais agitados e lucrativos, a comerciante Maria Josefa, 75, amarga o movimento fraco de clientes. Há quarenta anos vendendo lanches, ela confessa temer os meses incertos, mesmo depois do Carnaval. “Só Deus sabe”, conta.
Boa impressão
Para os turistas, a impressão era positiva. O amazonense Fábio Hayden, 47, desembarcou pela segunda vez em Pernambuco, e notou logo a redução no número de pessoas em Olinda. O administrador, que veio com a família para aproveitar os pontos turísticos do município, lamenta que não haja a comemoração tradicionais do Carnaval, mas torce pela volta dos festejos. “Na primeira oportunidade, eu venho para o Carnaval”, diz.
Paranaenses de Foz do Iguaçu, os empresários Larissa Campos, 32, e Rafael Vilanova, 34, curtiam o primeiro dia em Olinda. Em meio ao movimento no local, os turistas contam que, quanto às medidas de prevenção contra a Covid-19, se sentiram protegidos em solo olindense.“Eu me senti mais segura aqui do que no Paraná”, afirma a empresária. Animados com o que encontraram em Olinda, o casal confessa que, se não fosse a pandemia, já estariam prestes a “comprar a passagem para voltar, com certeza”.
Prevenção
Apesar dos apelos de governantes e especialistas, uma parte da população ainda resiste a adotar medidas de prevenção, como o uso de máscara e álcool em gel. Com novos picos recentes no número de casos em Pernambuco, quem depende de vendas para sobreviver teme ter de fechar as portas novamente.
Para a tapioqueira Ana Paula, a resistência de alguns pode custar caro para os comerciantes. “O meu apelo é que as pessoas venham, façam seu passeio, mas venham conscientes, venham de máscara, para também não nos prejudicar. Aqui sendo um ponto de aglomeração, a gente corre o risco de fechar”, afirma.
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