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Cresce o número de procura por intervenções estéticas durante Pandemia

Publicado em: 06/12/2020 11:12 | Atualizado em: 06/12/2020 11:16

Dados levantados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) apontam aumento no número de pessoas preocupadas com a aparência. De acordo com o levantamento, a  blefaroplastia é a terceira intervenção mais procurada no país, atrás apenas mamoplastia de aumento e da lipoaspiração do abdômen. 

Segundo o cirurgião plástico Ênio Araújo, "ao ficarem diariamente por horas e horas na frente do computador, as pessoas passam a observar com mais rigor suas imperfeições. Segundo ele, o estresse causado pelo momento de tensão global também é um fator que tem provocado essas insatisfações".

“Muitas pessoas não estão dormindo bem, não estão podendo executar suas atividades físicas de forma rotineira, e isso tudo tem uma consequência imediata na aparência física”, detalha.

No consultório, o médico tem observado o crescimento no interesse pela blefaroplastia (procedimento de remoção do excesso de pele na pálpebra superior e inferior e de bolsas de gordura palpebrais, oriundas do processo natural de envelhecimento), com o objetivo de alcançar olhares mais rejuvenescidos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a  blefaroplastia é a terceira intervenção mais procurada no país, atrás apenas mamoplastia de aumento e da lipoaspiração do abdômen. A SBCP informa que ainda não tem dados oficiais sobre o número de aumento nas buscas neste período de pandemia.

O uso de máscaras faciais também tem sido considerado pelos especialistas no aumento da procura por intervenções na região da cabeça. “Testa, pescoço e sobrancelhas também têm tido uma procura expressiva”, reforça Dr. Ênio. Ainda segundo ele, o trabalho remoto também tem colaborado com o aumento na busca por procedimentos, especialmente os que têm recuperação mais rápida. “As pessoas têm se visto e se observado como nunca nas últimas décadas. Isso gera uma exigência maior consigo. Em uma cirurgia simples, como a lipoaspiração de mento ou papada [redução de gordura no pescoço], por exemplo, com 48 horas o paciente está apto a ir retomando as atividades e o procedimento não exige internação”, explica.

A comerciante Shirlene Tristão, 43 anos, realizou, no último mês de agosto, um desejo que reprimia já há alguns anos: colocar próteses de silicone nos seios. Segundo ela, a decisão de fazer o procedimento durante a pandemia surgiu do desconforto consigo mesma já há alguns anos. “Antes da cirurgia tive que fazer o teste de Covid e minha acompanhante também fez. Não fiquei com medo de me infectar. Acho que minha ansiedade para colocar silicone e me sentir bem comigo mesma era maior”, revela. Apesar de dificuldades no pós-operatório, devido a retenção de líquidos e dificuldade para dormir, Shirlene diz que não se arrependeu. “Para me sentir bem como me sinto hoje, realizada com meu corpo e com minha mente tranquila, faria novamente, com certeza”, completa. “Cirurgias plásticas podem, sim, ser consideradas na época da pandemia, respeitando todos os protocolos de segurança especialmente se for algo que esteja incomodando o paciente”, reforça o cirurgião.

“É muito comum que em momentos de estresse e ansiedade as pessoas passem a rejeitar a própria aparência. Se mudar a fará com que se aceite melhor, a experiência é válida e lhe trará benefícios não só no âmbito físico, mas no mental e emocional também” assegura o médico. Segundo Dr. Ênio, cirurgias plásticas, diferentemente do que a maioria das pessoas pensam, não são essencialmente fúteis e desnecessárias. “O impacto da cirurgia plástica não é meramente no plano estético, mas atua também no psicológico dos pacientes, devolvendo a eles, muitas vezes, a autoestima e a qualidade de vida perdidas por um descontentamento com a aparência”, assegura.
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