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Constelação Familiar: O procedimento que pretende resolver conflitos geracionais

Publicado em: 15/12/2020 17:19 | Atualizado em: 18/12/2020 17:19

 (Foto: Walton Ribeiro/Cortesia)
Foto: Walton Ribeiro/Cortesia
Brigas mal resolvidas, mágoas acumuladas e tensões no relacionamento entre parentes -que podem ser aprofundadas quando deixadas como herança genética- são casos recorrentes em núcleos famíliares. Muitas pessoas buscam o método convencional de terapia com psicólogos ou psiquiatras. Contudo, para encerrar este ciclo penoso, existe o processo de Constelação Familiar. A reportagem do Diario conversou com Cláudia Castro, consteladora, terapêuta sexual e psicanalista que atua há mais de seis anos na área.

O que é Constelação Familiar?
A Constelação Familiar é um processo em você mergulha profundamente nas questões da sua família e através de representações, que podem ser com pessoas ou com bonecos, online ou ao vivo. A Constelação serve para a gente tentar enxergar os nós da nossa família. Aquilo onde a gente olhou com um amor que adoece; uma relação transgeracional, ou seja, que atravessa gerações e impacta diretamente na sua vida.

Você acessa, de forma consciente, todas as informações sobre os seus ancestrais. Os problemas são entregues e corrigidos profundamente. A gente não julga nossos ancestrais, a gente aceita as coisas como elas foram. Aquelas pessoas entregaram o que puderam e como puderam. O que é maravilhoso é você sair do sintoma e atuar diretamente no problema. Tudo está ligado a energia. A Constelação é essencialmente um processo inclusivo. É um procedimento psicoterapêutico semanal.  

É uma técnica reconhecida pela ciência?
Não tem uma regulamentação, mas existem muitas pessoas no Brasil que estão trabalhando para conseguir isso. Atualmente é tido como um curso livre de formação pelo MEC (Ministério da Educação). Nos baseamos nos livros de Bert Hellinger, que foi filósofo, pedagogo, téologo e pesquisador, que passou mais de 20 anos na África convivendo com as tribos Zulus. Existe, hoje, o direito sistêmico, que nasceu aqui no Brasil. Tem uma regulamentação com juízes, tribunal e o pesssoal que já aceita a Constelação, principalmente na vara da família para a mediação de conflitos. Aqui no Brasil chegou há mais de 20 anos, mas já existe há mais de 40 anos.

A Constelação familiar pode substituir a terapia convencional?
Para mim, a Constelação é o processo terapêutico mais profundo e que tem sido transformador. Em mim foi divisor de águas: era uma pessoa antes e me tornei outra após o procedimento. O meu atendimento tem um preço bem democrático. Os meus cursos, que estão ocorrendo de forma virtual, tem um valor de R$ 150,00.

São mais de 15 horas de trabalho em que temos yoga, música e diversas atividades. O que eu mais gostaria é a psicologia sistêmica nas escolas, no presídio, com o público LGBT+, enfim. Os cursos podem ser encontrados através do portal sim para a vida ou através do número (81)99998-3891.

A Constelação bebe de muitas fontes, mas ela tem uma ousadia própria, um mecanismo de funcionamento maior. Ela está a serviço de um bem maior que engloba a psicologia, pedagogia, medicina, entre tantas outras coisas. 

O paciente pode levar um parente para a mesma sessão?
Pode, sim. Já atendi uma mãe e suas quatro filhas em uma única tarde; trabalhei com casais, pais que perderam os filhos. O atendimento pode acontecer sozinho, em grupo, com os familiares. Eu trabalho com pessoas autistas, na prevenção ao suicídio, crises de ansiedade. É uma ferramenta que ajuda você a trabalhar a causa do seu problema. O interessante também nesse processo é que você percebe que vai fazer diferente do que os seus ancestrais fizeram.



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