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Com idade avançada, leão do Parque Dois Irmãos é diagnosticado com câncer e recebe tratamento

Publicado: 18/12/2020 às 08:20

/Foto: Lu Rocha/Semas

/Foto: Lu Rocha/Semas

Próximo de completar 21 anos de idade, Léo, como é carinhosamente chamado o leão do Parque Estadual de Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife, foi diagnosticado com um tipo de câncer comum em animais idosos, a neoplasia - presença de células cancerígenas - na região da gengiva, abaixo do canino inferior esquerdo, junto a um comprometimento de suas funções hepáticas. Ao longo desta semana, o animal iniciou um tratamento especial para conter a doença e principalmente garantir o bem-estar, diante da idade já avançada se comparada com a de indivíduos de sua espécie. O estado de saúde de Léo e os recursos terapêuticos em uso foram divulgados nesta sexta-feira (18) pela instituição.

O diagnóstico e cuidados médicos a serem seguidos chegaram a ser avaliados por uma junta de 17 especialistas, ligados à Universidade Federal Rural de Pernambuco, Universidade Federal da Paraíba, instituições privadas e ao próprio Parque.
A neoplasia, junto ao comprometimento das funções hepáticas do animal são doenças que, segundo o parque, estão ligadas à idade avançada do animal, atualmente com 20 anos de idade.

Segundo dados da Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB), os leões vivem, em média, até 12 anos em vida livre, e 20 anos em cativeiro. “Léo já é um animal muito idoso e este tipo de câncer é associado à sua idade, conforme indicam as pesquisas científicas relacionadas aos felinos selvagens. Atualmente, a neoplasia é uma das principais causas de óbito de animais desse tipo sob cuidados humanos”, explica o veterinário e gerente técnico científico de fauna do Parque, Márcio Silva.

Ainda de acordo com ele, a doença não tem relação com seu histórico de vida, sendo considerado um animal com uma trajetória muito saudável, nunca tendo apresentado intercorrências. “Léo foi resgatado do circo com cerca de 5 meses, muito magro, assustado e com todas as garras retiradas. Mas, aqui, foi tratado, recuperou-se rapidamente, ganhou peso, desenvolveu comportamento social excelente com os tratadores, biólogos e veterinários. É um animal que teve uma vida muito saudável e repleta de carinho de todos que cuidaram dele nesse tempo. Tudo isso levou que ele alcançasse uma longevidade tão grande e infelizmente também desenvolvesse essa enfermidade”, pontuou o veterinário.    

O câncer que acomete o leão é considerado agressivo e, de acordo com o parque, não responde bem a tratamentos convencionais, como quimioterapia e radioterapia. A junta de especialistas também descartou a possibilidade de fazer uma cirurgia para remover o tumor, pois representaria a retirada de parte da mandíbula do animal. Segundo o zoológico, isso inviabilizaria que o leão se alimentasse sozinho, impossibilitaria o manejo dele no pós-cirúrgico e haveria um risco muito alto de o animal não conseguir retornar após aplicação da anestesia devido a idade avançada.

Tratamento
Desde outubro, quando foram notados os primeiros sinais da existência de um problema e a realização de exames, o Parque Estadual de Dois Irmãos assegura que intensificou a rotina de acompanhamento de Léo, com visitas e avaliações diárias de veterinários e biólogos. Esse acompanhamento, de acordo com o parque, está registrado em um prontuário próprio para o animal. Já com os   resultados em mãos, e diante da gravidade do câncer e das circunstâncias envolvidas, "a junta de especialistas decidiu adotar medicações para melhorar o funcionamento do fígado do animal, conter o crescimento do câncer e também para manter o animal sem dor ou desconforto", indicou o zoológico.

“Já iniciamos o tratamento para melhorar a função hepática de Léo, usando um protetor hepático de última geração que é inserido na comida dele diariamente. Iniciamos também os tratamentos de medicina oriental e homeopatia para diminuir a taxa de crescimento do tumor. Tudo isto está associado às medicações que garantam melhor estabilidade e conforto dele”, assegurou Márcio Silva.
 

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