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HCP destaca importância da fisioterapia na recuperação do câncer de mama

Publicado em: 28/10/2020 14:22 | Atualizado em: 28/10/2020 20:19

 (Foto: Eduarda França/HCP )
Foto: Eduarda França/HCP
O mês de outubro é marcado pelo incentivo à campanha de prevenção contra o câncer de mama, a Outubro Rosa. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama deve acometer, ainda em 2020, 66.280 pessoas. Em 2018, a doença vitimou cerca de 17.763, onde 17.572 eram mulheres e 189 homens. Se detectado no início, o câncer de mama, principal tipo de câncer que acomete as mulheres em todo o mundo, tem 95% de chances de cura, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

Para que a recuperação aconteça, é importante que seja feito o acompanhamento médico periódico e a realização dos exames de rastreio, em especial, a mamografia -  a maneira mais eficiente de identificar a doença antes dos nódulos nos seios serem palpáveis. De acordo com a equipe médica do Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP), refêrencia no tratamento de câncer de mama, a recomendação é que, a partir dos 40 anos, as mulheres se submetam ao exame anualmente. Já em casos de histórico familiar, o procedimento pode ser solicitado por um médico em idades mais jovens e em intervalos menores.

A mamografia no Hospital do Câncer pode ser realizada, mediante a agendamento, através do número (81) 3217.8188 de segunda a sexta-feira, no horário das 14h às 16h.

Fisioterapia
Para pacientes em tratamento do câncer de mama, a fisioterapia assume um objetivo diferente nas etapas de recuperação. De acordo com a FEMAMA (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama), o papel da fisioterapia em pacientes diagnosticados com a doença é dividido em duas fazes: a pré-operatória e a pós-operatória.

A primeira consiste em uma avaliação físico-funcional para dar início a reabilitação do paciente. Já a fase pós-operatória, as ações são voltadas para o retorno da movimentação ativa dos membros, que estimulam a circulação, cicatrização e diminuem a dor.

"Durante o período de pandemia estamos conseguindo atender cerca de 40 pessoas por turno, que acontecem no período da manhã e tarde. A importância da fisioterapia está em movimentar o membro, respeitar a amplitude do movimento dentro do limite causado pela dor e fazer utilização do sutiã compressivo para evitar complicações tardias" informou Karina Paiva, coordenadora do ambulatório de fisioterapia do HCP.

Ainda segundo Karina, o atendimento presencial de fisioterapia do HCP está voltado para os pacientes de risco. No caso das pessoas que não se enquadram no grupo, Karina informou que o acompanhamento é realizado de forma virtual.

"Continuamos realizando os atendimentos por telefone para os pacientes que não estão em casos mais graves. Dentro do ambulatório, com a demanda mais reduzida, há uma limitação maior", destacou.

A paciente Arleide Dutra, de 39 anos, recebeu o diagnóstico do câncer de mama em 2014. Desde então, já passou por diversas etapas do processo de recuperação, e não desanima. 

"Eu me trato no Hospital do Câncer desde 2014. Descobri a doença e logo em seguida comecei a quimioterapia. Já realizei 260 seções e ainda tenho esse acompanhamento duas vezes por semana. Passei pelo processo de retirada da mama e em seguida iniciei a fisioterapia. O apoio dos profissionais incentivam os pacientes, porque muitas mulheres ficam desanimadas. A fisioterapia mostrou uma reação positiva que o corpo dá em relação à doença. Quem se ama, se cuida. Não desanimem", afirmou.

A doença
O câncer de mama é um tumor maligno que se desenvolve pela multiplicação desordenada de células na região da mama. A doença não tem causa única, mas a idade é um dos mais importantes fatores de risco.

Ainda de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos. Também são considerados fatores de risco a obesidade e sobrepeso, consumo de cigarro e bebidas alcoólicas, sedentarismo, histórico familiar de câncer de mama, alteração genética, entre outros.

Câncer de mama entre homens 
Apesar de raro, o câncer de mama também pode acometer os homens, representando 1% do total de casos registrados. Ou seja, a cada 100 mulheres diagnosticadas com a doença, um homem recebe o diagnóstico.Em dados divugados pelo Inca, cerca de 200 homens morreram da doença em 2018.

A doença apresenta os mesmos sintomas entre mulheres e homens, como retração da pele, aparecimento de nódulos e caroços, secreção pela aérola (mamilo), gânglios nas axilas, além de vermelhidão na área do seio e coceira. Diferente da mulher, que após os 40 anos de idade precisa fazer a mamografia anualmente, não existe exame de rastreio para câncer de mama em homens o que, muitas vezes, prejudica o diagnóstico precoce, fator primordial para o sucesso do tratamento.

 O câncer de mama, normalmente, atinge homens mais velhos, a partir dos 60 anos ou naqueles que  cujas famílias apresentam muitos casos de câncer de ovário e de câncer de mama. 

“Perdi quatro tias para o câncer e, hoje, sou paciente do HCP. Em 2019, fiz uma cirurgia plástica para a retirada de uma ginecomastia que me acompanhava desde os 14 anos, no resultado da biópsia recebi a notícia. Como na cirurgia já tinham retirado todos os tumores, só precisei de algumas sessões de radioterapia e medicação, hoje faço parte de um estudo genético para acompanhar o possível desenvolvimento de mais algum tumor ou a probabilidade de meus filhos serem herdeiros dessa doença” desabafa Daniel Lira (33 anos).





 
 




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