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Fundaj discute depressão e suicídio com especialistas em live

Publicado: 15/09/2020 às 16:02

/Foto: Pixabay

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Há seis anos, o Brasil dedica o mês de setembro à agenda de ações de prevenção ao suicídio. Elevado ao status de saúde pública, o tema exige atenção sobretudo no momento atual. Para especialistas, falar ainda é tratado como tabu, quando, na verdade, o diálogo e o suporte adequado são capazes de reduzir os dilemas de quem sofre. Atenta às ações de conscientização sobre o assunto, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) promove na sexta-feira (18), às 10h, a palestra ‘Depressão e suicídio em tempos de Covid’, com a psiquiatra Katia Petribu e a psicóloga clínica Luciana Gropo. A transmissão acontece no canal da Instituição no YouTube.   

"Estamos realizando essa palestra em função do Setembro Amarelo, uma campanha de conscientização criada, em 2014, pelo Conselho Federal de Medicina e a Associação Brasileira de Psiquiatria. Trata-se de uma ação importante pela valorização da vida. Assim, levamos aos nossos colaboradores e público informações importantes sobre esse tema", destaca a coordenadora Geral de Gestão de Pessoas da Fundaj, Mary Ann Pimentel. De acordo com as entidades realizadoras, todos os anos são registrados em média 12 mil suicídios no País. Enquanto no mundo, somam cerca de 800 mil pessoas, segundo o último boletim da OMS.

Professora de psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco (UPE), a médica Katia Petribu explica que, na maioria dos casos, o suicídio está associado a transtornos psiquiátricos, como a depressão ou a bipolaridade. "Muitas vezes são pessoas que estão enfermas, sofrendo de algum desses transtornos, mas sem qualquer diagnóstico ou tratamento. Há casos, ainda, em que os distúrbios são potencializados pelo uso do álcool e de outras drogas. A prevenção será sempre o tratamento adequado para cada transtorno, mas também precisamos falar sobre o apoio dos familiares e amigos", explica.

Ao longo da palestra, Katia promete falar de que forma uma pessoa leiga pode abordar alguém com ideação suicida, mas adianta: manter-se presente, evitar críticas, conscientizar e conduzir ao tratamento adequado é essencial. Especialista em saúde mental pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e no atendimento de crianças e adolescentes, Luciana Gropo aponta que, em outros casos, a decisão está acompanhada de dilemas psíquicos: seja o sentimento de desesperança ou a crença de que não adianta tentar. "Muitas vezes, o indivíduo não tem amparo, não consegue se comunicar com as pessoas ou pedir ajuda."

Para ambas especialistas, a cultura do "deixa quieto" e a relativização do problema dificulta o acesso das pessoas vulneráveis ao atendimento correto. "Nem sempre precisamos falar de suicídio em si, mas de apoio, amparo social, compromisso com o outro e todas as coisas que são importantes para que nos sintamos em segurança. Vivemos um momento difícil, com crises em diversas áreas, e agora tivemos de nos adaptar à nova condição de vida causada pela pandemia. É um período que tem sido difícil para todas as pessoas, mas precisamos desafiar os nossos pensamentos e criar soluções alternativas diferentes para cada situação", adverte.

Serviço
Palestra Depressão e suicídio em tempos de Covid
Palestrante: Katia Petribu, psiquiatra
Mediação: Luciana Gropo, psicóloga clínica
Quando: 18 de setembro, a partir das 10h
Onde: Transmissão no canal da Fundaj no YouTube
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