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Covid-19
Fiocruz vê semelhanças do coronavírus que circula em PE com o da Europa
Publicado: 06/08/2020 às 16:03

Estudo da Fiocruz irá sequenciar 100 genomas do novo coronavírus/Foto: Bruno Leite/Fiocruz.

A Fundação Oswaldo Cruz em Pernambuco (Fiocruz PE) está realizando o sequenciamento genético de genomas do novo coronavírus que circulam pelo estado. Nessa primeira fase da pesquisa, que deve ser divulgada completa até esta sexta-feira (7), foram sequenciados 39 genomas e houve a identificação de duas linhagens de vírus “muito semelhantes” às da Europa; e da transmissão comunitária entre diferentes municípios e estados.
Ao todo, serão sequenciados 100 genomas. A intenção é de produzir dados genômicos, que servirão de base para entender melhor os padrões de espalhamento viral, ajudar no desenvolvimento de vacinas, verificar se elas terão eficácia e localizar medicações adequadas ao tratamento contra a Covid-19. O trabalho é liderado pelo pesquisador Gabriel Wallau, com colaboração do Laboratório Central de Pernambuco (Lacen-PE) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Na primeira etapa, foram coletadas amostras de pessoas infectadas das cidades de Recife, Olinda, Ipojuca, São Lourenço da Mata, Camaragibe, Jaboatão dos Guararapes, Paulista e Aliança. Foram identificadas duas linhagens do vírus, já predominantes em várias partes do mundo: uma mais antiga e outra secundária, que acaba se sobressaindo à primeira com o passar do tempo. Esse cenário é semelhante ao que foi visto na América do Norte e na Europa, segundo o pesquisador

Dos 39 genomas sequenciados, apenas um correspondia à primeira linhagem. Os outros 38 já eram da segunda. “Ainda não se compreende muito bem o porquê disso, se essa segunda linhagem tem uma característica de infectar mais pessoas. Há alguns estudos tentando fazer experimentos para testar essa hipótese, mas são experimentos em laboratório e não se tem evidências conclusivas”, explica Gabriel.
“Essas são as primeiras sequências do genoma das linhagens do novo coronavírus circulando em Pernambuco a serem disponibilizadas em banco de dados internacional, o Gisaid, para que pesquisadores no mundo todo tenham acesso aos nossos dados, o que ajuda no avanço das pesquisas a nível mundial. É uma importante contribuição do estado” complementa.
Com a segunda fase, em que serão sequenciados mais 61 genomas, será possível ver com mais precisão como se deu o espalhamento viral e qual o momento que o vírus entrou em Pernambuco. Por enquanto, os resultados preliminares da Fiocruz reafirmam o que foi dito pela Secretaria Estadual de Saúde (SES): que os primeiros dois casos no estado foram detectados oficialmente em 12 de março, referente ao casal de idosos que tinha viajado para o exterior e chegado ao país após o Carnaval.
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