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Ciclistas querem mais segurança para pedalar no Recife

Publicado em: 29/06/2020 07:00 | Atualizado em: 29/06/2020 11:50

Ameciclo reivindica que estrutura da Ciclofaixa de Turismo e Lazer funcione todos os dias  (Foto: Andréa Rego Barros / PCR)
Ameciclo reivindica que estrutura da Ciclofaixa de Turismo e Lazer funcione todos os dias (Foto: Andréa Rego Barros / PCR)
A reedição da Ciclofaixa de Turismo e Lazer no último sábado (27) levantou a questão da segurança entre os ciclistas. Na sexta (26), a Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife (Ameciclo) divulgou uma nota cobrando a implantação de uma malha cicloviária emergencial na capital pernambucana.

“Diversas pesquisas indicam que grande parte da população recifense estaria disposta a adotar a bicicleta como meio de transporte se a cidade oferecesse estrutura e segurança necessárias para seus deslocamentos. A Ciclofaixa de Turismo e Lazer, utilizada exclusivamente aos domingos e feriados, é uma malha cicloviária já sinalizada e largamente conhecida pelos carros. No entanto, ela só funciona uma vez por semana para atender à prática esportiva de pequena parte população, em geral as classes médias e alta”, afirma a nota da Associação.

A Ameciclo quer que a Ciclofaixa de Turismo e Lazer seja implementada diariamente, enquanto durar a emergência sanitária causada pelo novo coronavírus no Recife. Para o grupo, a implementação da estrutura na uma rede emergencial cicloviária na cidade tem o intuito de desafogar os transportes públicos durante e no pós-pandemia da Covid-19. Segundo o texto da associação, a proposta faz parte de uma primeira etapa da rede emergencial cicloviária, composta de quatro fases, feita com base no Plano Diretor Cicloviário (PDC) da Região Metropolitana do Recife (RMR) e em dados obtidos de vias consideradas mais perigosas, com maiores densidades de emprego e populacional.

O grupo elaborou um projeto de ampliação da ciclovia para ser discutido com a Prefeitura do Recife. A primeira fase, de caráter emergencial, teria foco na consolidação dos eixos da Ciclofaixa de Turismo e de Lazer, totalizando duas rotas, com uma extensão de 14km a um custo mínimo de R$ 406.000,00 e máximo de R$ 686.00,00. A  chamada Rota 1 (Zona Norte e Sul) possuiria 7,6km de extensão, conectando as estruturas de ciclofaixas existentes nas Estradas do Arraial e Encanamento à ciclofaixa da Rua Buenos Aires, no Espinheiro. A Rota 2 faria a ligação do centro do Recife com a Zona Sudoeste da cidade, ligando-se à ciclofaixa da Rua Cosme Viana, em Afogados, que leva até a Zona Sul pela Rua Arquiteto Luiz Nunes, na Imbiribeira. O projeto conta com uma petição online, disponível no site pressioneagora.ameciclo.org. Até a publicação, contava com 1925 assinaturas. 

O estudante de educação física Moisés Victor, 20 anos, mora no bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife, acredita que a Ciclofaixa de Turismo e Lazer é uma oportunidade das pessoas saírem do sedentarismo. “É um projeto bom, principalmente para quem não tem o hábito de fazer atividades físicas. É um passeio interessante e uma segurança para quem quer andar de bicicleta sem enfrentar o tráfego”, afirmou. Para ele, andar de bicicleta fora das ciclovias e ciclofaixas é perigosos porque os motoristas não respeitam os ciclistas. “Os carros passam muito perto, acho que falta cuidado maior com quem anda de bicicleta. Se fosse mais seguro, creio que mais pessoas andariam”, disse.

A Companhia de Trânsito de Transporte Urbano (CTTU), por meio de nota, ressaltou a implantação de ciclovias na cidade na gestão do prefeito Geraldo Julio (PSB). “A Prefeitura do Recife informa que essa gestão foi a que mais implantou estruturas cicloviárias na história da cidade, aumentando de 24 km de ciclovias em 2013 para 125 km até agora, um crescimento de 420%”, diz o texto da gestão. 

A CTTU afirma que foram implantados 11 km de rotas cicláveis durante a pandemia de Covid-19, abrangendo os bairros de Parnamirim, Casa Amarela, Água Fria, Apipucos, Barbalho e Burity, nas Zonas Norte e Oeste da capital pernambucana. “A Prefeitura destaca ainda que já transformou parte das ciclofaixas de turismo e lazer em rotas permanentes, como, por exemplo, trechos na Avenida Mário Melo, Rua da Aurora e Rua Leopoldo Lins”, alega a gestão. 

A prefeitura ressaltou a implantação do sistema de compartilhamento de bicicletas Bike PE em várias regiões da cidade, e iniciativas como o Trânsito Calmo, além de construção de mais de 130 quilômetros de calçadas, Passeio Rio Branco, revitalização completa da Conde da Boa Vista, intervenções para pedestres na Agamenon Magalhães, mais travessias na Avenida Norte, iluminação de LED nas calçadas da cidade, entre outras. Contudo, a gestão não respondeu se deve atender as reivindicações da Ameciclo.

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