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Covid-19

Pesquisadores criam projeto de monitoramento virtual de pacientes com suspeita de coronavírus

Publicado em: 07/04/2020 16:55 | Atualizado em: 07/04/2020 17:25

Pesquisadores gastaram cerca de R$ 100 e aguardam apoio da iniciativa privada ou pública para levar o projeto para a população. (Foto: Cortesia/Prof Marco Aurélio Benedetti)
Pesquisadores gastaram cerca de R$ 100 e aguardam apoio da iniciativa privada ou pública para levar o projeto para a população. (Foto: Cortesia/Prof Marco Aurélio Benedetti)
Em dez dias, um grupo de oito pesquisadores universitários desenvolveu um projeto capaz de monitorar os sinais vitais de uma pessoa pelo celular e averiguar por onde ela circulou. Chamado provisoriamente de Sistema de Monitoramento em Saúde, o recurso desenvolvido por professores e estudantes das universidades Federal (UFPE) e Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) promete ser um bom recurso para o combate à pandemia do novo coronavírus. Agora, só precisa de incentivo e apoio de alguma instituição - pública ou privada -, que possa produzir o material em larga escala e disponibilizá-lo ao público.

São dois recursos que fazem parte do projeto - um sensor ótico microcontrolado com um clip comum e um aplicativo de celular. O sistema funciona assim: a pessoa recebe o sensor que, conectado a um celular, coleta dados sobre a respiração, oximetria (oxigenação do sangue), batimentos cardíacos e a temperatura. E um aplicativo colhe esses dados, tanto para a própria pessoa saber como está quanto para médicos e autoridades sanitárias monitorarem o estado de saúde em tempo real. Caso haja uma anormalidade, um médico entra em contato com a pessoa para averiguar e, dependendo, recomendar a ida a uma unidade de saúde.

Responsável por coordenar o trabalho, o professor Marco Aurélio Benedetti, do Departamento de Eletrônica e Sistemas da UFPE, explica que isso ajuda a evitar que uma pessoa levemente doente busque uma emergência sem necessidade, se expondo ao perigo de se contaminar. “Esse equipamento seria entregue em uma unidade de saúde, seja um posto, uma UPA ou um hospital. Hoje, o paciente que é liberado não é acompanhado. Volta para casa e acha que está tudo bem, retoma as atividades, sendo que não é bem assim. Ela pode acabar se tornando um vetor de transmissão”, conta.

O projeto é derivado de um projeto feito por um dos alunos em outra ocasião. “Temos vários projetos na área de telemedicina, nessa parte de monitoramento dos sinais vitais do paciente. Aproveitamos um deles para desenvolver um equipamento rápido e barato, que atendesse aos pacientes do coronavírus”, acrescenta o professor. 

Como os dados ficam disponíveis e atualizados em um mapa, as autoridades sanitárias podem avaliar o índice e a progressão da doença em determinada localidade, saber a origem provável da contaminação e desenvolver ações específicas, de acordo com a necessidade de cada local. 

Já patenteado, o protótipo custou cerca de R$ 100. Na visão de Marco Aurélio, isso mostra sua viabilidade em curto prazo para ajudar na luta contra a pandemia: “Criamos uma solução, mas precisamos passar para a etapa do desenvolvimento. Transferir a tecnologia criada na universidade às instituições, para que elas possam desenvolver e levar o projeto até a comunidade. Há muitas pesquisas universitárias que poderiam estar sendo usadas pela população. Por isso é importante divulgar isso”.

Além do Departamento de Eletrônica e Sistemas, integraram o grupo de trabalho o Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika) da UFPE e o Instituto para Redução de Riscos e Desastres de Pernambuco, da UFRPE. Interessados em desenvolver a ideia devem procurar o professor Marco Rodrigues, no e-mail marco.rodrigues@ufpe.br.
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