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NATUREZA

Em meio à pandemia, capivaras retomam as margens do Capibaribe

Publicado em: 29/04/2020 11:57 | Atualizado em: 30/04/2020 10:42

 (Foto: Internet/Reprodução)
Foto: Internet/Reprodução
Em meio à pandemia do coronavírus e esvaziamento das ruas das cidades, a natureza segue seu curso e parece ser mais notada pelos seres humanos. Na beira do Rio Capibaribe, na Ilha do Leite, capivaras adultas e seus filhotes têm sido vistas, principalmente à noite. As imagens dos animais começaram a circular no WhatsApp e muitas pessoas acharam que eram montagens.

A médica Luciana Siqueira, de plantão em um hospital particular do bairro, também fotografou e filmou as capivaras. “Tentei chegar junto delas. A mãe tá com dois filhotinhos, a coisa mais linda do mundo. Elas chegam umas 21h e até dormem no gramado”, disse Luciana. A presidente da Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH), Djalma Paes, disse que com a menor frequência de carros nas ruas e produção das indústrias, há registros também de níveis de melhora da qualidade do ar. “Na igrejinha de Carneiros, em Tamandaré, o mangue próximo já começa a renascer também”, disse.

A capivara é o maior roedor do mundo. É uma espécie de mamífero roedor da família Caviidae e subfamília Hydrochoerinae. Está incluída no mesmo grupo de roedores ao qual se classificam as pacas, cutias, os preás e o porquinho-da-índia. Segundo Yuri Valença, gestor do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas Tangara), da CPRH, as capivaras precisam de locais com refúgio com água, como rios e açudes, e espaços com pasto, pois comem capim e frutas também. São parte da fauna urbana, explica.

O que está acontecendo de diferente em relação às capivaras durante a pandemia é o horário do aparecimento delas. "Normalmente elas surgem durante a madrugada, mas, com a menor frequência de pessoas nas ruas, elas têm surgido mais cedo e por isso há uma tendência maior das pessoas encontrarem elas nas margens dos rios", explicou. Segundo Yuri, o movimento no Cetas Tangará aumenta nos finais de semana. "Durante a semana, as pessoas não têm tempo de apreciar os próprios quintais e, nos feriados, encontram iguanas, veem bichos que acham que não eram dali e nos ligam."

O especialista explica também que as capivaras são grupos gregários, com um macho e algumas fêmeas reprodutoras. "Quando os filhotes crescem e não há espaço para mais machos e fêmeas, eles tentam a vida em outros grupos. Como as cidades estão mais calmas, os animais adentram os espaços e se perdem. Há duas semanas, o Cipoma resgatou uma capivara em Olinda. Também chegou até nós uma em Boa Viagem e outra no Ibura."

As capivaras nadam e passam muito tempo sob a água. Se um ser humano se aproxima, elas tendem a mergulhar. De toda forma, a recomendação é não se aproximar e não caçar. A carne do animal silvestre oferece riscos para o ser humano. Capibaribe vem da língua tupi e significa Rio das Capivaras ou dos porcos selvagens.
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