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Solidariedade

Psicóloga se oferece para conversar pelo WhatsApp com pessoas em isolamento

Publicado em: 22/03/2020 08:35 | Atualizado em: 22/03/2020 08:55

 (Foto: cortesia)
Foto: cortesia
Catarina Lima tinha 28 anos quando se sentiu muito só dentro de um hospital. Na época, cursava psicologia e precisou interromper tudo para permanecer dois meses internada em virtude de complicações de uma gravidez tubária. O isolamento ainda perdurou por seis meses, em casa. Um dia, Catarina voltou à vida, terminou seu curso e foi a única da turma a escolher psicologia hospitalar. Há alguns dias, a pandemia de coronavírus lhe fez lembrar da época da solidão do internamento. Por isso, decidiu ajudar, voluntariamente, outras pessoas a enfrentarem o confinamento com o mínimo de saúde mental.

A psicóloga disponibilizou seu número de telefone e, desde então, as pessoas têm lhe procurado pelo WhatsApp (985580558) para falar sobre depressão, tédio, pedir dicas do que fazer no isolamento. “Em dias assim, a ansiedade aumenta. Por isso, cedi meu número para as pessoas conversarem. Elas me falam como está o dia, falam dos filhos, da família. Uma das pessoas que me procurou disse que tem depressão e está com medo de ficar sem os remédios que iam acabar. Uma outra falou que tem um sobrinho hiperativo e que precisa de ajuda.”

As conversas vêm para Catarina como um alívio para o próprio isolamento social. As pessoas respondem que gostaram da conversa, agradecem as dicas, falam que vão procurar atendimento com ela depois da pandemia. “Tô achando muito legal. Não sabia que ia repercutir tanto. É importante ajudar essas pessoas no isolamento e cheias de problemas.”

Pelo WhatsApp, a psicóloga também envia mensagens positivas para o enfrentamento da crise. Entre as dicas, ela pede que as pessoas não acessem tanta informação e escolham apenas um momento do dia para se informar. Outra ação importante é evitar excesso de tempo no celular. Além disso, orienta as pessoas a assistirem filmes, lerem livros, arrumarem o guarda-roupa, fazerem exercícios.  “Uma adolescente me falou que estava morrendo de tédio. Passei umas séries da Netflix e depois ela me mandou mensagem agradecendo”, contou Catarina.

Pelo instagram @catarina_limapsicologa, ela também costuma passar informações para ajudar nesse processo de isolamento social forçado. A psicóloga reforça que não se trata de terapia por telefone nem pelas redes sociais. Entendemos, Catarina. É ação solidária em prol de quem mais precisa neste momento.

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