Covid-19
Coronavírus aumenta fiscalização das prefeituras com profissionais de limpeza urbana
Por: Diogo Cavalcante
Publicado em: 26/03/2020 15:00 | Atualizado em: 26/03/2020 15:05
Serviço essencial, a limpeza urbana continua, com os devidos cuidados. (Foto: Bruna Costa/Esp. DP.) |
A recomendação para a maioria das pessoas é ficar em casa, mas eles não puderam parar, mesmo com a pandemia do novo coronavírus. Garis, coletores e demais profissionais de limpeza seguem trabalhando normalmente nas principais cidades de Pernambuco. O serviço é terceirizado, mas as prefeituras garantem que estão fiscalizando e orientando as empresas a protegerem seus funcionários. Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes juntas contabilizam mais de 4.500 agentes de limpeza urbana.
Um capinador, que pediu para não ser identificado, relata que teme o novo coronavírus. Mas a maior preocupação dele é se contaminar dentro do transporte público, e não em seu ofício. “No trabalho em si a gente fica distante um do outro. Na garagem da empresa tem álcool em gel, sabão para lavar as mãos. A gente está trazendo também garrafa de água e sabão para lavar as mãos de hora em hora. E a gente vai seguindo”, relata.
O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Asseio, Conservação e Limpeza Urbana de Pernambuco (Stealmoaic), Márcio Fernandes, explica que a instituição fez acordos com as empresas terceirizadas, para que elas afastem pessoas do grupo de risco e evitem aglomerações. “Tem saídas de hora em hora para o povo não se aglomerar nos ônibus de trabalho. Botamos também um médico nosso em uma delas (Vital) para atender no ambulatório e ver possíveis suspeitas”, conta.
Mais de uma empresa costuma realizar serviços de limpeza pública. No Recife, segundo a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), há cerca de 3 mil pessoas envolvidas no trabalho, sendo 2.281 garis. Boa parte desses profissionais são vinculados às empresas Cael e Vital, que estão definindo escalas de férias antecipadas para eles.
“Os garis da coleta e varrição já utilizam EPIs e a Emlurb também está capacitando e orientando os seus funcionários e as empresas terceirizadas para que mantenham a distância mínima entre si, além de manter o rigor na higiene pessoal, com o fornecimento de água e sabão para os veículos da coleta, para evitar que o novo coronavírus se propague”, diz a autarquia recifense, em nota.
Em Olinda, que conta com 277 garis e 67 motoristas, a prefeitura afirma que fiscaliza o trabalho das terceirizadas. “Todos os garis receberam máscaras e luvas (antes do coronavírus, só o pessoal da coleta utilizava luvas). Já os motoristas dos caminhões receberam kits de higienização, usados para limpar a cabine. Ele é composto por álcool 70 e pulverizador”, explica. Por lá, a terceirizada fez um esquema para evitar aglomerações “para que nem todos os funcionários fiquem no mesmo lugar e ao mesmo tempo”.
Jaboatão conta com 2.200 garis, todos terceirizados de três empresas (Locar, Via Ambiental e Loquipe). Segundo a Secretaria de Serviços Urbanos do município, “80 entram de licença por idade acima de 60 anos ou por serem portadores de doença crônica”. O horário de trabalho também foi alterado, para evitar aglomerações na saída de equipes. Também foi determinado às empresas que “forneçam aos trabalhadores máscaras, álcool em gel, material de higiene pessoal, além dos equipamentos de proteção individual”.
Interior
Em Caruaru, a Secretaria de Serviços Públicos municipal afirma que as equipes de limpeza trabalham com EPIs, máscaras e luvas. Quem apresenta sintomas de gripe é encaminhado para um serviço de saúde e fica em casa. Idosos ou integrantes do grupo de risco foram afastados. Não foi informada a quantidade de profissionais envolvidos na limpeza da cidade nem o nome da terceirizada.
Em Garanhuns, há 142 profissionais de limpeza urbana, dentre garis, varredores e coletores, vinculados à empresa Locar. A terceirizada explica aponta que “reforçou os procedimentos sanitários que já fazem parte da rotina do trabalho e são suficientes para a mitigação dos riscos e para a proteção dos trabalhadores durante o curso normal das suas atividades. Quanto à saúde dos agentes de limpeza, a empresa informa que os exames periódicos estão em dia”.
Por fim, em Petrolina, no Sertão, a terceirizada distribuiu EPIs e reforçou a cobrança no uso do fardamento completo (luvas, chapéu e as roupas de mangas compridas que impedem o contato direto). Ainda, foram aumentados os turnos, dividindo equipes para evitar aglomerações. “Os trabalhadores são monitorados pelos supervisores diariamente para verificar o quadro de saúde geral”, conclui a prefeitura, em nota.
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