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Coronavírus

Com ruas vazias, população também cobra por mais segurança

Publicado em: 26/03/2020 15:03

 (Foto: Paulo Paiva/DP)
Foto: Paulo Paiva/DP
Com as ruas menos povoadas, a sensação de insegurança entre a população tende a aumentar. Em alguns casos, o comércio autorizado para funcionar durante a quarentena determinada pelo governo do estado, como mercados, tem fechado mais cedo. Há quem mantenha o negócio aberto,mas com grades fechadas em alguns bairros. Caminhar ou pegar um transporte público para seguir ao trabalho ou mercado também pode ser mais inseguro, principalmente para as mulheres. Em casa, há quem redobre os cuidados antes de sair.

A jornalista Izabel Melo, 39 anos, mora na Rua Maria Ramos, em Bairro Novo, Olinda. “Já temos histórico de assaltos por aqui porque há muitas casas. Eu e meus vizinhos redobramos os cuidados. Caso a gente precise sair para comprar algo, fechamos os portões com cadeado.” A irmã de Izabel, Angélica Melo, 44, foi assaltada, no último sábado, dentro de um ônibus, na Avenida Agamenon Magalhães, quando seguia para o trabalho, às 8h30. “Eles aproveitaram o ônibus vazio e o fato dela ser mulher para assaltar. Segundo a jornalista, uma padaria do bairro, na esquina das ruas Francisco Ambrósio e Barros Leite, também tem fechado as portas mais cedo por conta da rua deserta.

Quem também tem redobrado os cuidados com a segurança é o dono de um mercadinho na Rua do Veiga, em Santo Amaro, no Recife, que pediu para não ser identificado. “A gente está trabalhando com as grades fechadas. Essa semana havia dois motoqueiros circulando por aqui e pensei que ia ser assaltado. Tem aparecido muita gente pedindo também. A rua está deserta e ficamos à mercê. Também estamos com medo de arrombamento”, lamentou.

O coronel Luiz Brito informou que os policiais militares que faziam policiamento a pé na Região Metropolitana do Recife, um total de 520 desde o início do ano, estão agora em viaturas para evitar uma maior exposição dos policiais ao vírus. O oficial disse que as denúncias para o 190 aumentaram após a determinação do governo do estado de fechar a maior parte do comércio e de impedir aglomeração. “Somente na segunda-feira foram 2.605 denúncias de todos os tipos no estado. Atendemos a 40% delas. Temos que priorizar o atendimento. Se tem uma violência contra a mulher e um bar aberto, vamos priorizar o caso da violência contra a mulher”, explicou.

O estado, disse o coronel, tem 18 mil homens na ativa e que não houve redução de efetivo nas ruas. Ele orientou as pessoas que têm necessidade de sair por conta da exigência do trabalho prestar atenção na rua antes de sair. “Vá, mas fique atenta à rua deserta. As pessoas com má intenção ficam atrás de árvores, de postes. Não se deixe surpreender e evite usar o celular na rua”, destacou o oficial.

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