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Covid-19

Campanha arrecada produtos de higiene para a comunidade do Bode, no Pina

Publicado em: 23/03/2020 10:04

Ação começou na sexta-feira passada (20). (Foto: Tarciso Augusto/Esp. DP.)
Ação começou na sexta-feira passada (20). (Foto: Tarciso Augusto/Esp. DP.)

Surge a primeira ação solidária com o objetivo de ajudar as comunidades mais vulneráveis ao coronavírus, segundo especialistas - estas, que vivem em condição de maior pobreza, saneamento básico precário, falta de emprego e recursos para seguir as orientações básicas dadas pelas autoridades. Voluntários mobilizados pela Livroteca Brincantes do Pina, da comunidade do Bode, bairro no Pina, acabam de lançar uma campanha em que pedem doações de material de limpeza e alimentos para quem mais precisa e não tem como se precaver e se abastecer para enfrentar o isolamento social.

Na última sexta-feira (20), alguns integrantes do movimento saíram às ruas do Bode com papéis para fixar em ambientes públicos e megafones divulgando, assim, os pontos de coleta ou informando que contam com algumas pessoas se disponibilizando a ir fazer buscas dos produtos em domicílio, usando motos ou carros. “A realidade da favela é muito complicada. Precisamos nos unir porque aqui não tem como chegar máscaras e álcool, por exemplo”, explicou Magda Alves, uma das coordenadoras da iniciativa, que conta com a boa vontade de gente como Pedro Stilo. As doações também podem ser feitas na Livroteca Brincantes do Pina.

A comunidade do Bode foi destacada em matéria do Diario de Pernambuco da última quinta-feira (19), sob o título Na pobreza, o problema será ainda maior. Nela, que tratava da conjuntura mais complexa dos vulneráveis, a médica de família Fátima Nepomuceno destacava os riscos aumentados das áreas mais carentes. “Às vezes, nesses lugares, não têm água encanada, recursos, não têm banheiro e, quando têm, o banheiro por vezes têm péssimas condições. São casas juntas demais. Isso tudo deixa eles mais vulneráveis”.

Ações como a do Bode tendem a se proliferar, mas a rapidez se faz necessária. Em alerta nesta semana, a Central Única das Favelas (Cufa), que atua em todo o Brasil, propôs medidas para reduzir o “enorme impacto da pandemia nas favelas”, que “visa um público fora das medidas formais adotadas” pelas autoridades. Entre as quais a distribuição gratuita de água sanitária, sabão, álcool em gel e aluguel de quartos ou pousadas para idoso.
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