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LEI SECA

Álcool em gel não altera teste do bafômetro

Publicado em: 03/03/2020 19:10 | Atualizado em: 03/03/2020 22:55

 (Foto: Marilene Malagodi/PRF/Divulgação)
Foto: Marilene Malagodi/PRF/Divulgação
O uso de álcool em gel não influencia o teste do bafômetro em ambiente aberto, como nas blitze da Operação Lei Seca. A utilização pode dar “falso positivo” apenas em ambiente fechado. De qualquer forma, motoristas que se sentirem prejudicados terão possibilidade de repetir o teste após 15 minutos. A informação foi repassada pelo coordenador executivo da operação, o major da Polícia Militar Felipe Gondim, durante entrevista coletiva da Secretaria Estadual de Saúde sobre os casos em investigação e descartados de coronavírus em Pernambuco. 

“É possível (o álcool em gel) influenciar, desde que ele seja utilizado dentro de um ambiente fechado e imediatamente antes do teste ser feito. Nós da Lei Seca fazemos o teste sempre em ambiente aberto. Convidamos o usuário a sair do veículo e a se dirigir ao local onde fazemos um teste. Porém, caso o condutor (que testar um falso positivo) argumente que usou o gel momentos antes, será sugerido um novo teste em 15 minutos, pois o álcool vai evaporar no ar e não vai dar positivo. Não é possível algum condutor que fez uso de álcool em gel ser notificado, somente se tiver feito o uso de bebida alcoólica”, disse o coordenador da Lei Seca em Pernambuco. Ele ressaltou que esse mesmo procedimento é utilizado com relação aos enxaguantes bucais que contêm álcool em sua composição.

O major Felipe Gondim defendeu ainda que as autoridades não podem condenar o uso do álcool em gel como instrumento eficaz de limpeza e higiene para combater qualquer tipo de doença respiratória nem, por outro lado, reduzir a fiscalização dos que ainda conduzem um veículo após fazer uso de bebida alcoólica. “Aqui em Pernambuco, a Lei Seca vai continuar operando normalmente e cumprindo seu papel de salvar vidas durante todo esse período (de enfrentamento ao coronavírus)”, colocou. No Brasil, os acidentes de trânsito com vítimas fatais ainda é uma epidemia mais letal que qualquer vírus e sem perspectiva de “cura” ou solução a curto e médio prazos. A cada hora, cinco pessoas morrem como vítimas de acidentes de trânsito no país, segundo dados do Ministério da Saúde. 

Ainda sobre o uso do etilômetro, nesta terça-feira (3), os policiais rodoviários federais emitiram uma nota à direção nacional da PRF, pedindo a restrição do uso do etilômetro nas estradas federais, sob argumento de que o contato com gotículas de ar expelidas pelo motorista podem colocar os agentes da lei em risco. A Superintendência da PRF em Pernambuco confirmou o recebimento do pedido e informou que encaminhou a solicitação à Divisão de Saúde da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília. A demanda do sindicato também está sendo avaliada pela Direção de Operações da PRF.  

No entanto, o coordenador da Lei Seca em Pernambuco, major Felipe Gondim, refutou a tese dos policiais rodoviários federais. Primeiro, porque “não há nada que comprove a circulação ativa do coronavírus no Brasil, já que os casos confirmados são de pessoas possivelmente contaminadas fora do país”, disse. Além disso, segundo ele, mesmo se houvesse possibilidade de transmissão do vírus no Brasil, o equipamento “trabalha de forma canalizada”. “O ar é soprado dentro da piteira, individualizada, com uma válvula de fluxo que impede a saída do ar para o ambiente onde está sendo utilizado e manipulado o equipamento”. O secretário de saúde, André Longo, ressaltou ainda que por enquanto não há necessidade de uso de máscaras por esses agentes. 

A Operação Lei Seca em Pernambuco abordou, em 2019, 270 mil veículos, aplicou 4 mil multas por alcoolemia, um percentual de 1,4% em relação ao número de condutores abordados. Nos oito anos de atuação da operação, a Lei Seca no estado abordou 2,8 milhões de motoristas, entre condutores de moto, ciclomotores, táxis, ônibus, automóveis e utilitários; recolheu 51.452 carteiras de habilitação e rebocou 35.467 veículos. As infrações por alcoolemia somaram 48.324, sendo 36.605 por recusas ao teste do bafômetro, 9.815 constatações do uso de bebida alcoólica por motoristas e 1.904 crimes, quando a concentração de álcool no corpo caracteriza o crime de trânsito. 

"A Operação Lei Seca é uma das mais bem sucedidas políticas públicas de redução de acidentes e mortes de trânsito por embriaguez no país. Essa é uma iniciativa exitosa e que precisa ser incentivada e reconhecida por todos os pernambucanos e brasileiros. Precisamos evitar que fake news, sem nenhum fundamento científico, atrapalhem esse trabalho que salva vidas", pontuou Gondim. 
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