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Recife elege rei e rainha do carnaval da pessoa com deficiência

Publicado em: 07/02/2020 22:02 | Atualizado em: 07/02/2020 22:09

 (Foto: Paulo Paiva/DP)
Foto: Paulo Paiva/DP
A primeira edição do Concurso do Rei e da Rainha da Pessoa com Deficiência do Carnaval 2020 do Recife coroou o servidor público Caio Antônio de Assis Rocha, 27 anos, e a esteticista Zemili Kasala Santos, 28, como majestades da festa. A eleição aconteceu na noite desta sexta-feira (7) no Pátio de São Pedro, bairro de Santo Antônio, área central da capital pernambucana. Eles disputaram o título com 37 pessoas inscritas, sendo 20 para o posto de rainha e 17 para o de rei. As fases eliminatórias aconteceram no Parque Dona Lindu, Zona Sul do Recife. Na etapa final, concorreram ao trono oito mulheres e sete homens.


Para a competição deste ano, foram considerados candidatos com síndrome de Down. Outras deficiências serão contempladas nos anos seguintes. Os escolhidos foram coroados pela secretária de Desenvolvimento Social, Juventude, Política Sobre Drogas e Direitos Humanos, Ana Rita Suassuna, e pelo presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), Diego Rocha, madrinha e padrinho, respectivamente, do concurso.


A criação desse concurso foi uma inovação importante para garantir à pessoa com deficiência o acesso à cultura e ao lazer. Nesta primeira edição, 37 candidatos participaram com muita alegria e animação. O carnaval é uma festa que é referência para o povo do Recife, e as pessoas com deficiência não podiam ficar de fora”, afirmou a secretária Ana Rita Suasssuna.


Além do título, os vencedores ganharam R$ 4 mil como prêmio. A rainha foi a candidata número oito, Zemili Kasala, é formada em estética e cosmetologia. É casada há 4 anos e sonhava com o posto de majestade do carnaval do Recife por amar o período festivo. Aluno há três anos da Escola de Frevo do Recife, o rei, Caio Antônio, que disputou como candidato número um, trabalha no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual. Ele conquistou os jurados com a execução da dança ao som da Orquestra Clave. “Eu amo frevo”, disse o passista.


Os participantes foram julgados por um corpo de jurados formado por quatro pessoas: a empreendedora social e gestora da In Soluções, Daniela Rorato; o secretário-executivo de Turismo do Recife, Mustafá Dias; a gerente de Desenvolvimento Cultural da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Yana Marques; o gerente do Teatro Luiz Mendonça, Carlos Maciel. 

Intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras) fizeram a tradução simultânea para uma plateia formada por pessoas de várias idades. Parte do público era formado por pessoas com deficiência convidadas para assistir ao evento. A dona de casa Antônia Silveira, 62 anos, saiu de Boa Viagem para assistir o concurso. Ela foi ao Pátio de São Pedro acompanhada da filha, a manicure Paula Silveira, 40, que é deficiente auditiva. “Quando soube que ia ter um concurso para pessoas com deficiência, me programei para estar aqui. Eu, que amo carnaval e tenho uma filha com deficiência, fiquei muito feliz. Os tradutores de Libras, que eu nem esperava ter aqui, tornaram a noite mais especial, pois Paula se sentiu importante e incluída”, afirmou.

Alto clero

Também acontece nesta sexta-feira a competição que elegerá os representantes do mais alto clero momesco toma conta da programação das prévias oferecidas pela Prefeitura do Recife. No total, 27 aspirantes à realeza do carnaval 2020 desfilarão alegria, brilho e frevo no pé no Pátio de São Pedro.


Participam da final 12 candidatos a rei e 15 postulantes a rainha, de várias partes da cidade. Alguns concorrem pela primeira vez e outros são veteranos, colecionando várias participações na disputa, como Tatiana Melo da Silva, que já tentou sentar no trono da folia recifense 12 vezes. “É meu sonho. Não vou desistir dele”, afirmou.

Cada candidato deve concluir a apresentação individual em três minutos, ao som da Orquestra Popular do Recife, regida pelo Maestro Ademir Araújo. Entre os critérios que serão levados em conta na avaliação do júri, estão desenvoltura (postura e elegância); empatia (visão geral de cada participante) e conhecimentos gerais (noções básicas sobre o carnaval de Pernambuco).

Os monarca eleitos receberão R$ 20 mil como prêmio e assumirão um extenso calendário de compromisso antes, durante e depois da festa, até passar o trono para seus sucessores, em 2021.

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