IDEAL
Projetos de expansão do Metrô do Recife nunca saíram do papel em 35 anos
Por: Tânia Passos
Publicado em: 19/02/2020 08:34 | Atualizado em: 20/02/2020 23:14
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Ideias de rotas surgiram de estudos internos da CBTU. (Foto: Peu Ricardo/DP.) |
As duas linhas existentes estão inseridas no Sistema Estrutural Integrado (SEI), mas não conseguem resolver problemas de mobilidade. A proposta era que a Linha Centro fosse suficiente para estimular o crescimento da área Oeste da cidade com a implantação do Terminal Rodoviário e de um centro administrativo, que também não saiu do papel. O metrô voltou a ter uma nova chance com os projetos para a Copa de 2014, mas o modelo ferroviário perdeu para os corredores de BRT e o metrô acabou sendo contemplado com a Estação Cosme e Damião, que foi funda mental para o modal ajudar no transporte em massa dos torcedores que foram assistir aos jogos na Arena Pernambuco.
A chegada da Linha Sul deu um novo fôlego para o sistema a partir de 2009 e atraiu uma parcela da população que não usava metrô. A integração do carro com o metrô chegou a ocorrer de forma improvisada, com as pessoas deixando os veículos nas ruas laterais das estações Aeroporto e Tancredo Neves, mas parte desse público desistiu do modal por medo da violência.
Para o professor de engenharia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Fernando Jordão, especialista em transporte ferroviário, a situação do metrô do Recife é preocupante. “O que está acontecendo com o metrô do Recife é um problema de segurança pública. É lamentável que um sistema tão importante para a população esteja se preocupando com segurança e não em melhorias do serviço”, criticou o professor.
Pensar na melhoria e ampliação do sistema ferroviário é também uma preocupação do estado. O professor do Departamento de Engenharia Civil da UFPE e especialista em mobilidade urbana, Maurício Pina, participa de um grupo de trabalho dentro do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano que pensa alternativas de transporte até 2050. “O metrô é um dos modais que estamos considerando porque ele é estratégico para todo o sistema de transporte público. O primeiro passo está sendo a avaliação de importantes vias como as avenidas Norte e Agamenon Magalhães e também a BR-101, que é uma perimetral importante para o município”, apontou.
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Arte: DP. |
Quando tudo começou
O Metrô do Recife já foi motivo de orgulho para o estado. Segundo o especialista Maurício Pina, o sistema já foi apontado como o mais limpo do país. Hoje é comum encontrar lixo nas estações, nas linhas e dentro dos trens mesmo com o serviço de limpeza. “Era tudo tão limpo que as pessoas ficavam constrangidas em sujar”, contou Pina.
O sistema foi implantado aproveitando uma antiga linha férrea e acabou sendo instalado praticamente de costas para a cidade. O Metrô do Recife é formado por duas linhas distintas, a Linha Centro 1 (Camaragibe) e a Linha Centro 2 (Jaboatão) e Linha Sul. Ainda a partir de 1988 também passou a administrar a antiga Linha Cajueiro Seco–Cabo que era operada por locomotivas.
Os trens da Linha Centro, que partem da estação Recife, possuem dois destinos distintos: a estação de Camaragibe e a de Jaboatão. Isso acontece devido ao fato de compartilharem a mesma via e estações no trecho entre as estações Recife e Coqueiral, graças ao traçado da antiga ferrovia onde o metrô foi construído. A distância média entre as estações é de 1,2 km e a velocidade média é 40 km/h.
Linha do tempo
1982: O governo federal, através do Ministério dos Transportes criou em setembro de 1982, o consórcio Metrorec, constituído pela Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) e pela Empresa Brasileira de Transportes Urbanos, hoje extinta. A construção do Metrô foi iniciada em janeiro de 1983.
1984: Em fevereiro de 1984 foi criada no Rio de Janeiro a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (cbtu). O Metrorec integrou-se a ela em janeiro de 1985.
1985: Em março de 1985, teve início a circulação dos primeiros trens com passageiros. A partir de janeiro de 1988 a CBTU absorveu os trens de subúrbio da RFFSA em Maceió (Alagoas), João Pessoa (Paraíba), Natal (Rio Grande do Norte) e Recife.
1995: Em janeiro de 1995, os trens de subúrbio de Maceió, João Pessoa e Natal foram desvinculados da Superintendência do Recife e passaram a ser subordinados diretamente à Administração Central da CBTU, no Rio de Janeiro.
1998: Em 1998 foram iniciadas as obras de expansão compreendendo a eletrificação de 14,3 km da Linha Sul, entre as Estações Recife e Cajueiro Seco e o prolongamento da Linha Centro, a partir da Estação Rodoviária até Camaragibe, inaugurado em dezembro de 2002. Entre 2004 e 2009 foram entregues trechos da Linha Sul.
2013: Em 2013, a antiga Linha Diesel/Trens Diesel passou a operar com VLT. Em 8 de junho de 2013 foi entregue a estação Cosme e Damião,
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