Vida Urbana
Irresponsabilidade
Samu do Recife contabilizou mais de 400 trotes no ano novo
Publicado: 09/01/2020 às 21:08

No segundo semestre de 2019, a cada 100 ligações para o Samu do Recife, 24 eram trotes./Foto: Allan Torres/Arquivo DP.
Subiu 9,5% o número de trotes contabilizados pelos Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do Recife na virada do ano. Entre as 19h do dia 30 de dezembro de 2019 e 6h de 2 de janeiro de 2020, foram 413 trotes registrados pela central do serviço, ante 377 ocorrências no período anterior (2018/2019). Responsável por 72 municípios da Região Metropolitana e Zona da Mata, a central da capital analisa o número como estável, visto que cresce e diminui de acordo com a quantidade de atendimentos.
“Antigamente, mais de 40% dos atendimentos eram trotes. Mas graças à conscientização das pessoas, esse número vem diminuindo”, conta a gerente de teleatendimento do Samu Recife, Leyla Barreto. No segundo semestre de 2019, a cada 100 ligações, 24 foram trotes. “Esse ano foi um pouco diferente da rotina. Na madrugada do dia 1º, o número de telefonemas subiu um pouquinho. Normalmente, é um período mais tranquilo”, acrescenta.
Segundo Leyla, há dois tipos de trotes: o infantil e o malicioso. “O infantil é aquele em que a criança liga para se divertir de uma forma que não deveria. Mas a preocupação é com o trote malicioso, que é feito por adultos de forma intencional”, explica. “A pessoa dá nomes, endereços, informações como se fossem reais e assim a gente acaba gastando o tempo que a gente poderia estar usando em um atendimento real”, discorre.
Quando uma pessoa liga para o Samu, é atendida primeiramente pela central telefônica, que realiza a triagem e, na maior parte dos casos, consegue desmascarar trotes. “O número do telefone já é captado de forma imediata. A gente tenta investigar tudo possível da ligação. Quanto mais os questionamentos ficam assertivos, mais fácil de se perceber quando é um trote. Poucos casos que passam da triagem”, revela Leyla. Pode ser motolância, ambulância - mais de uma até, se necessário.
A lista de trotes é repassada diariamente para o setor jurídico. “Fazemos com regularidade as comunicações oficiais, para que seja coibido. Mas, mais importante do que penalizar, é preciso conscientizar as pessoas”, defende. O Núcleo de Educação Permanente do Samu faz trabalhos educativos com crianças da rede municipal: “Mostramos como funciona o trabalho, para quê funciona, para que eles saibam da seriedade. Isso tem ajudado a reduzir o número total de trotes”.
No Código Penal, normalmente tipifica-se casos de trote no artigo 266: “Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe o restabelecimento”. A pena é de detenção, de um a três anos, e multa.
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