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Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa é lembrado com atividades municipais

Publicado: 20/01/2020 às 18:12

Foto: Daniel Tavares/Arquivo Prefeitura do Recife./

Foto: Daniel Tavares/Arquivo Prefeitura do Recife./

O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa é lembrado todos os anos no dia 21 de janeiro. Nesta terça, as prefeituras de Olinda e Recife promovem atividades para reforçar a importância de abordar uma temática tão fundamental no respeito entre os povos. Em Olinda, será realizada nesta terça, das 14h às 17h, uma roda de diálogo na Biblioteca Pública da cidade. O evento, aberto ao público, conta com representantes das quatro religiões com maior número de adeptos no Brasil: Católica, Evangélica, Espírita e de Matriz Africana, com mediação da coordenadoria de Assuntos Religiosos de Olinda. 

Já no Recife será realizada a 1ª Mostra de Saúde dos Terreiros: práticas de cuidado na saúde, no Museu da Abolição, no bairro da Madalena, área central do Recife. Das 8h30 às 12h, a mostra contará com apresentações culturais, discussões sobre as religiões de maior expressividade no culto afro-brasileiro, como Candomblé, Jurema e Umbanda, além de pensar estratégias de combate ao racismo religioso na saúde. Os principais objetivos são o reconhecimento dos terreiros como espaços de promoção à saúde e o resgate de histórias africanas e afro-brasileiras. Além disso, a Mostra de Saúde nos Terreiros busca desconstruir imagens estigmatizadas do negro e de suas manifestações culturais e religiosas.

A coordenadora da Política de Saúde da População Negra do Recife, Kéthully Silva, explica que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece o preconceito com os cultos afro-brasileiros como racismo religioso, e não apenas intolerância religiosa. “A religiosidade praticada pela população negra é muitas vezes demonizada. Há muito mais violência direcionada às religiões de matriz africana e afro-brasileira do que direcionada às demais religiões que seguem um padrão eurocêntrico. E não se trata apenas de uma aversão à religiosidade em si, mas sim uma coisificação das tradições africanas e afro-brasileiras, não ferindo somente a religiosidade, mas toda população negra, sendo um resquício do racismo”.

A data do Dia 21 de Janeiro foi oficializada em 2007 através da Lei n.º 11.635, de 27 de dezembro, e a sua escolha feita em homenagem à Mãe Gilda, do terreiro Ilê Axé Abassá de Ogum, localizado em Salvador (BA). Vale lembrar que o preconceito e a intolerância religiosa são considerados crimes no Brasil, passíveis de punição previstas no Código Penal. A data traz o marco da resistência pela liberdade de culto de religião de matriz africana no Brasil.

De acordo com pesquisa Datafolha, publicada no último dia 13 de janeiro, 50% dos brasileiros são católicos, 31%, evangélicos, e 10% não têm religião. Os espíritas são 3% da população e outros 2% fazem parte da umbanda, candomblé ou outras religiões afro-brasileiras.

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