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Recife

Ato público contra aumento de passagem de ônibus será realizado na segunda-feira (20)

Publicado: 14/01/2020 às 21:39

/Foto: Marlon Diego/Esp. DP FOTO

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A Frente de Luta pelo Transporte Público de Pernambuco fará um ato público, na próxima segunda-feira (20), em frente à Agência Central dos Correios, na Avenida Guararapes, Bairro de Santo Antônio. A mobilização, que envolverá a participação de sindicatos, ocorrerá por volta das 10h. A pauta dos organizadores provocar uma mobilização contra a possibilidade de aumento de passagem no Sistema de Transporte público de Passageiros da Região Metropolitana de Recife, da dupla função dos rodoviários e pede a volta da meia passagem aos domingos no pagamento feito a dinheiro.

Os organizadores realizaram uma plenária, na noite desta terça-feira (14),  na sede do Movimento dos Trabalhadores Cristãos. A reunião aconteceu depois que o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE) encaminhou ao Grande Recife Consórcio de Transporte um estudo de realinhamento tarifário para o serviço de transporte público por ônibus, nessa segunda-feira (13).

De acordo com o sindicado das empresas, considerando os custos e receitas previstos para 2020, o valor do Anel A deveria subir para R$ 3,90. Atualmente, a tarifa A, usada por 80% dos passageiros, custa R$ 3,45. O aumento seria, portanto, de 13%. A proposta da Urbana-PE de valor para o Anel B é R$ 5,35 e R$ 2,55 para o Anel G. A proposição apresenta aumento médio de 14%, considerando todas as tarifas.

"É preciso deixar claro que os aumentos de passagem nos últimos 10 anos ocorreram todos acima da inflação, do IPCA e do reajuste do salário mínimo. Somado a isso, temos o Recife como a capital do desemprego. Qualquer proposta de reajuste é injusto", explica o integrante da Frente, o advogado Pedro Josephi. Segundo ele, além do cenário econômico, é preciso considerar outros pontos que estariam maculando o processo de aumento de passagem. "Não temos acesso aos relatórios de qualidade das empresas. Por isso fomos ao Ministério Público. Toda empresa de ônibus recebe uma nota, com base nas denúncias feitas pelos usuários. Caso ela não atinja o satisfatório, não pode haver aumento de passagem. Esse relatórios não foram feitos nos últimos 10 anos", denuncia Pedro. 

A Frente de Luta pediu ao MPPE a abertura de um inquérito civil para apurar a situação. "Há ainda um terceiro elemento. Nos últimos anos, a sociedade pagou por alguns serviços não implementados. O Simop - sistema de monitoramento das operações - e o sistema BRT, que está sendo desestruturado pelo governo. Isso precisa ser incluído no cálculo da defasagem histórica da tarifa", explica Pedro Josephi. 

Nessa segunda-feira (13), o Governo de Pernambuco emitiu nota para informar que não aceita a proposta de reajuste no valor das passagens de ônibus apresentada pelos empresários do setor. Atualmente, a RMR tem uma das tarifas mais baratas entre as capitais do país, e o Executivo estadual afirmou que não abre mão da continuidade desse quadro em 2020.

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