Última edição do Mais Amor no Recife distribui abraços e flores

Em clima de despedida, a última edição organizada pela ONG Novo Jeito no Recife da ação Mais Amor distribuiu abraços, flores e doces na Zona Norte da cidade. Foram três horas de amor e fraternidade no último dia do ano. Frequentadores do Parque da Jaqueira foram recebidos com abraços, brincadeiras, café da manhã e música na manhã desta terça-feira (31). Neste ano, no lugar das tradicionais rosas vermelhas, foram distribuídos lisianthus coloridos. Após nove edições, a organização não-governamental resolveu encerrar o evento em 2019 para se dedicar a outros projetos, mas deixou em aberto a possibilidade de o Mais Amor acontecer em outras cidades.


A ação cresceu ao longo dos anos, passando de 120 voluntários na primeira edição para 1,5 mil pessoas engajadas na causa. O Mais Amor surgiu no Recife e, atualmente, acontece em 30 cidades do país, como Caruaru, Brasília, Belo Horizonte. "As pessoas celebram conosco o encerramento de um ciclo. Durante esses últimos nove anos, realizamos centenas de ações, com mais de 20 mil voluntários que já passaram nesse período, com mais de 800 mil pessoas beneficiadas", afirmou o coordenador de voluntariado da Novo Jeito, Yablans Nascimento. "Todo fim de ano, a gente chama as pessoas para celebrarem o ano que passou e fazemos isso com abraços, flores. Em 2020, compleraremos 10 anos de Novo Jeito e faremos outras ações. No Recife, no dia 31 de dezembro, não teremos mais. Encerramos um ciclo e daremos início a outros", completou.


A engenheira civil Helena Ramalho, 46, participa do ato desde a primeira edição, quando estava grávida de Maria Luiza, hoje com 8 anos. "Ela vem desde a barriga e estou muito triste por ser a última edição aqui. É muito bom encerrar o ano abraçando pessoas e conversando com elas", disse. Na edição de encerramento, Helena foi com a filha, a amiga Natália Inácio, 34, e o filho de Natália, João Pedro, 7, ao Parque da Jaqueira.


A enfermeira Nara Araújo, 44, que participa do Mais Amor há quatro anos, também lamentou o encerramento da ação no Recife. "É um momento para confraternizar não só com a família e amigos, mas com pessoas que sequer conhecemos. Precisamos de mais amor, mais abraços", afirmou. O filho dela, Paulo Ricardo, 20 anos, que tem transtorno do espectro autista (TEA), disse que o evento era uma oportunidade de ele expressar seu amor pelas pessoas. "Sozinho, é difícil para mim fazer isso, mas em grupo eu consigo", contou.


O empreendedor social, criador da ONG Novo Jeito, do Porto Social, e das plataformas Transforma Recife e Transforma Brasil, Fábio Silva, despediu-se da ação destacando a importância dela para os recifenses. "Apontamos, há nove anos, que o caminho é o amor. Somos amor no Festival Vox, no Porto Social e em outras ações. Queremos estar mais no Sertão, nas periferias e espero que não seja uma despedida com saudosismo, mas como uma força para outros projetos. Quem sabe as pessoas, por conta própria, não fazem o Mais Amor do próximo ano", afirmou.