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ESCALPELAMENTO

Débora Dantas, vítima de acidente em kart, vai ao Procon-PE para acompanhar processo

Publicado em: 12/12/2019 17:48 | Atualizado em: 12/12/2019 17:48

Débora e Eduardo foram recebidos pela gerente de fiscalização do Procon, Danyelle Sena.  (Foto: Procon Pernambuco/Divulgação)
Débora e Eduardo foram recebidos pela gerente de fiscalização do Procon, Danyelle Sena. (Foto: Procon Pernambuco/Divulgação)

A estudante Débora Oliveira, 19 anos, que teve o couro cabeludo arrancado em um kart em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, foi à sede do Procon Pernambuco, na Rua Floriano Peixoto, bairro de Santo Antônio, área central do Recife, na tarde desta quinta-feira (12), para acompanhar o processo administrativo aberto pelo órgão. Ela e o noivo, Eduardo Tumajan, foram recebidos pela gerente de fiscalização do Procon, Danyelle Sena, e saíram com uma cópia do processo administrativo para anexar ao processo criminal contra o Adrenalina Kart Racing, que funcionava dentro do Walmart Boa Viagem.

O kart onde o acidente aconteceu continua fechado. Já o kartódromo localizado no estacionamento do supermercado Carrefour, no bairro da Torre, Zona Norte do Recife, foi desinterditado pelo Procon Pernambuco, pois a empresa responsável pela pista regularizou toda a documentação.

Na autuação, realizada em agosto, o órgão de defesa do consumidor pediu que a Adrenalina Kart informasse a quantidade de funcionários, quais estavam habilitados para passar as instruções corretas de uso do material e de segurança; o contrato de funcionamento do espaço; a regularidade para funcionar como pista de kart; placas informativas sobre quem pode usar o carro, horário de funcionamento e formas de pagamento. Nenhuma das placas foi vista no local e todas são previstas pelo Código de Defesa do Consumidor.

Entenda o caso

O acidente com Débora aconteceu durante uma corrida de kart no dia 11 de agosto. Os cabelos da estudante foram puxados pelo motor do veículo, provocando o escalpelamento. Ela foi socorrida para o Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, Centro da capital, onde foi reimplantado 80% da área desde as sobrancelhas até a nuca.

Após o procedimento no HR, a paciente apresentou microtrombos na região afetada, provocados por coágulos nas veias. Somente sete dias depois ela foi transferida para o Hospital especializado em microcirurgia em um avião particular contratado pela rede varejista Walmart. Ao chegar em São Paulo, os médicos constataram que houve perda do reimplante realizado no HR por causa de uma trombose.

Internada na UTI, ela passou por transplantes microcirúrgicos, reconstruções e enxertos com pele de outras partes do corpo. O músculo foi refeito com material das costas e pedaços de pele da perna foram usados para cobrir a região da cabeça. O responsável pelo Hospital Especializado, Pedro Palocci, falou que casos de grande gravidade são comuns na unidade. “É importante o fato de ser um caso de repercussão nacional, mas ele não é necessariamente algo que chama atenção. É normal no ponto de vista do hospital receber pacientes em casos graves e é nossa função dar cobertura ao tempo que for necessário para que esse trabalho de recuperação da paciente seja feito de maneira adequada”, afirmou.
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