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Após atrasos, Ponte do Janga é inaugurada oficialmente

Publicado em: 13/12/2019 15:19 | Atualizado em: 13/12/2019 15:59

Sensação entre motoristas e ciclistas era de alívio. (Foto: Peu Ricardo/DP.)
Sensação entre motoristas e ciclistas era de alívio. (Foto: Peu Ricardo/DP.)
Após quatro anos de obras, foi entregue oficialmente nesta sexta-feira (13) a Ponte do Janga e a requalificação de um trecho da PE-01, entre Paulista e Olinda. O tráfego já estava aberto desde 13 de outubro, mas a solenidade oficial foi realizada hoje, com a presença do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) e do prefeito de Paulista, Júnior Matuto (PSB).

A obra é fruto de um convênio entre a Secretaria de Planejamento e Gestão de Pernambuco (Seplag) e a Prefeitura de Paulista, celebrado em 2015. O serviço foi iniciado em 2016 e sofreu diversas interrupções, adiando a entrega. O convívio com longos congestionamentos virou companhia dos moradores da localidade. “Foi difícil aguentar, mas, até que enfim ficou pronta, né?”, desabafa o administrador Hugo Carapeba, de 30 anos. 

“Eu trabalho no Recife. Perdia 30, 40 minutos aqui, todo dia, em engarrafamento. Mas agora vamos seguir em frente”, complementa Hugo. Condutor de caminhão de lixo hospitalar, o motorista Eduardo Barros, 43, também penou muito enquanto a obra estava sendo executada: “Já perdi horário de trabalho por causa do trânsito ruim. Eu e muita gente já não tinha nem esperança de ser concluída. Graças a Deus saiu”, comenta, em tom de alívio.

O cadeirante aposentado Editon Passos passava pela ponte em sua bicicleta especial e aprovava a obra. “Só os motoristas daqui que não estão aprovados. Não tem um dia que não tenha um acidente aqui. A situação da ponte e do trânsito melhorou muito, falta só o respeito da população agora”, diz.
Aos poucos, trânsito volta a normalidade na região. (Foto: Peu Ricardo/DP.)
Aos poucos, trânsito volta a normalidade na região. (Foto: Peu Ricardo/DP.)

Paciência
O secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos de Paulista, Pedro César, entende as críticas, mas explica que o avanço da obra esbarrou na crise econômica enfrentada pelo país. “Foram gastos, ao todo, R$ 17,7 milhões. 90% de recursos estaduais e 10% do município. O dinheiro fica garantido no orçamento (estadual) do ano, mas só conta para execução da obra quando é depositado na conta. O atraso maior foi por parte do estado, mas não por querer, e sim por dificuldades de ter o que repassar”, conta.

O governador Paulo Câmara endossa o problema econômico. "Vocês acompanharam a crise que o Brasil passou. Infelizmente foi maior do que qualquer planejamento. Mas cumprimos uma etapa importante e agora é ver as ações futuras, que vão levar em consideração essa crise, para que a gente possa ter obras que se encerrem no prazo correto", afirma.

O prefeito Júnior Matuto se mostrava orgulhoso pela conclusão. "Foi um dos principais desafios da gestão. Sabemos o desgaste que sofremos, tanto eu, prefeito, quanto o governador e a população", salienta.

Histórico
A Ponte do Janga foi construída em 1968, época em que a população da cidade estava estimada em 50 mil habitantes. "A duplicação tinha que ter sido feita há mais de 20 anos, para resolver esse gargalo no trânsito. Mas o que importa é isso, a obra foi entregue, acabou o problema do engarrafamento. É um orgulho para a gestão”, defende o secretário Pedro César.

Quando a obra estava na fase final de conclusão, em outubro, vândalos abriram o tráfego à força, arrancando placas e bloqueios. Na ocasião, a prefeitura classificou a ação como "criminosa".

Um fato que chama a atenção é a ausência de uma ciclofaixa. O secretário explica que não foi possível inserir por restrições do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). “Temos um compromisso com o movimento Bike Anjo, onde estudamos a implantação de uma faixa para ciclistas. Fizemos reunião com o DER para ver se era viável, mas não foi possível instalar na PE-01 porque foge das normas do Contran”, pontua.
 
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