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Rua da Imperatriz espera dias melhores neste fim de ano

Publicado em: 22/11/2019 06:30 | Atualizado em: 21/11/2019 23:34

Movimentação na Rua da Imperatriz está morna, em pleno fim de ano. (Foto: Tarciso Augusto/Esp. DP.)
Movimentação na Rua da Imperatriz está morna, em pleno fim de ano. (Foto: Tarciso Augusto/Esp. DP.)

Antes símbolo de um comércio vibrante, a Rua da Imperatriz, na Boa Vista, área central do Recife, não lembra mais os tempos áureos. Nessa quinta-feira (21), dos 84 espaços comerciais localizados por lá - descontados quiosques, 24 estavam sem funcionar, com placas de “aluga-se” e “vende-se”. Isso representa menos 28,6% de lojas abertas ao público.

Com a proximidade da Black Friday, Natal e Ano Novo, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da capital espera uma mudança de cenário, que também passa pela questão da segurança. A Secretaria de Defesa Social (SDS) anunciou na quinta a Operação Papai Noel, um reforço no policiamento das ruas comerciais da região Central nesta época de compras, também com participação do Corpo de Bombeiros e da Guarda Municipal do Recife.

O público anseia pelo incremento na vigilância. A estudante de pedagogia Verônica Diogo não reconhece mais na Imperatriz a rua que estava habituada a frequentar. "Trabalhei em lojas daqui, inclusive. O que era essa rua, hein? Isso aqui antes bombava. Hoje, vim andando ela todinha e só se vê o movimento fraco", lamenta. Ela mesma descarta fazer compras no endereço: "Estou guardando meu dinheiro para gastar em Santa Cruz do Capibaribe. Mas assim, acho que isso é reflexo do desemprego. Acredito que muitos estão economizando o que ganham por receio do futuro".

"O que era essa rua, hein?", lamenta a estudante de pedagogia Verônica Diogo. (Foto: Tarciso Augusto/Esp. DP.)
"O que era essa rua, hein?", lamenta a estudante de pedagogia Verônica Diogo. (Foto: Tarciso Augusto/Esp. DP.)

Também frequentadora da Rua da Imperatriz, a revendedora de cosméticos Carla Santos se espanta com o esfriamento do comércio. "Esse ano está surpreendente. As lojas todas fechando, pouquíssima gente numa rua que era tão movimentada. Até marcas grandes fecharam as portas", conta. Ela pretende aproveitar a Black Friday, mas não por lá.

Apesar da quantidade de lojas fechadas, há quem veja a situação melhorar, como a vendedora de calçados Taís de Souza, 19. "Aumentou o fluxo de gente nas últimas semanas. Está um movimento bom, ainda. E se Deus quiser, vai melhorar até o fim do ano", pondera. "Não é só tristeza aqui. Fechou muita loja, mas também estão abrindo outras. Não acredito que a Black Friday irá bombar, mas o Natal, com certeza", prevê.

Dias melhores virão
"A Rua da Imperatriz é o reflexo de uma crise que já dura cinco anos. Mas não é um problema de conjuntura, e sim estrutural", diz o presidente da CDL Recife, Cid Lôbo. "O que mudou? Os prédios da rua são grandes, com vários andares, e atendiam a uma demanda pré-crise. Com o crescimento dos problemas econômicos, os espaços foram ficando caros. Prédios com IPTU e aluguel acima do que os comércios suportavam. É mais uma questão de estética", defende.

Presidente da CDL, Cid Lôbo acredita em dias melhores para o comércio neste Natal. (Foto: Tarciso Augusto/Esp. DP.)
Presidente da CDL, Cid Lôbo acredita em dias melhores para o comércio neste Natal. (Foto: Tarciso Augusto/Esp. DP.)

Para os 40 dias finais de 2019, a CDL acredita que as vendas devem crescer 5%, em relação a 2018. "Estamos na expectativa de ter o melhor Natal dos últimos cinco anos", diz Cid. Diante desse prognóstico, a SDS divulgou a Operação Papai Noel. O policiamento das áreas comerciais do centro do Recife ficará reforçado até 31 de dezembro, para contemplar Black Friday, Natal e Ano Novo. Até então, a ação integrada da SDS só ia até o dia 25.

Ao todo, serão 4.762 postos de trabalho na operação. A SDS optou por não divulgar a quantidade de policiais envolvidos por razões estratégicas, além de que um agente policial pode estar escalado em mais de um posto. A Polícia Militar teve o maior incremento de todos os órgãos envolvidos, com a ativação de 2.280 postos no centro da capital - em 2017 foram 992 e em 2018, 733. "O emprego é flexível. Depende dos horários e dias com maior probabilidade de delitos", explica o secretário-executivo da pasta, Humberto Freire. Veja mais aqui.

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