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Número de escolas em tempo integral da rede estadual de Pernambuco será ampliado em 2020

Publicado em: 27/11/2019 15:51 | Atualizado em: 28/11/2019 11:44

Rede de escolas em tempo integral será ampliada no próximo ano. (Foto: Marlon Diego/Esp.DP)
Rede de escolas em tempo integral será ampliada no próximo ano. (Foto: Marlon Diego/Esp.DP)

Mais de 60% das matrículas na rede estadual de Pernambuco serão em escolas de tempo integral no próximo ano. Atualmente, das 1.059 escolas da rede estadual, 412 são integrais, sendo 368 Escolas de Referência em Ensino Médio (Erem) e 44 Escolas Técnicas Estaduais (ETE), o que representa 57% das matrículas em escolas integrais. Para 2020, esse percentual vai subir para 62%. A meta do estado é chegar a 70% em 2022.

Os detalhes da expansão da rede serão apresentados pelo governo de Pernambuco na próxima terça-feira (3), no Palácio do Campo das Princesas. Nesta quarta-feira (27), a política pernambucana de escolas em tempo integral foi apresentada, em São Paulo, como modelo para o país durante o evento “Perspectivas e fortalecimento da política de ensino médio integral nos estados”, realizado pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Instituto Natura, Instituto Sonho Grande e Instituto de Corresponsabilidade pela Educação, em São Paulo (SP).

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, participou de uma mesa sobre o assunto e esclareceu que chegar a 70% das matrículas em escolas de tempo integral é a meta do governo porque representa a universalização do acesso. “Temos a maior rede de escola de tempo integral do Brasil. Chegar a 70% significa que todos que quiserem estudar no tempo integral terão a vaga garantida. Já temos pelo menos uma unidade nesse modelo em cada município do estado. O critério preponderante agora para a escola ser de tempo integral é o fator geográfico, pois queremos dar condições em todos os municípios de ter um percentual mínimo de estudantes nas escolas”, afirmou.

Nesta quarta-feira (27), a política pernambucana de escolas em tempo integral foi apresentada como modelo para o país durante evento em São Paulo. (Foto: Suguio/Divulgação)
Nesta quarta-feira (27), a política pernambucana de escolas em tempo integral foi apresentada como modelo para o país durante evento em São Paulo. (Foto: Suguio/Divulgação)
O evento contou ainda com a participação dos governadores do Ceará, Camilo Santana, e do Amapá Waldez Góis, além de secretários estaduais, municipais e educadores de todo o país. “O aluno passa o dia na escola. No primeiro período ele faz a grade curricular normal. No segundo ele tem a oportunidade de realizar cursos profissionalizantes, informática, atividades esportivas e artísticas”, disse Camilo, sobre a experiência cearense. “No Amapá, das 115 escolas de ensino médio, oito são em tempo integral. Pernambuco e Ceará são as nossas referências e estão nos auxiliando com a experiência já adquirida na implementação no estado”, pontuou Waldez. 

Histórico

Em 2004, o Ginásio Pernambucano da Rua da Aurora, área central do Recife, abriu as portas para a primeira turma que passaria a vivenciar uma educação integral em tempo integral. Quatro anos depois, o então governador do estado, Eduardo Campos, assinou a lei complementar 125, que criou o programa de Educação Integral na rede. A partir disso, Pernambuco começou a instituir como política pública o ensino médio integral e técnico, bem como a oferta sistemática de experiências inovadoras e o estímulo à inserção da tecnologia nas salas de aulas e tornar as escolas mais atrativas e, com isso, potencializar o aprendizado dos estudantes.

O modelo de educação integral pernambucano é fundamentado na concepção da educação que prioriza o exercício da cidadania e o protagonismo juvenil, além do desenvolvimento do projeto de vida dos estudantes. “É um modelo que coloca o estudante no centro do processo. A escola precisa fazer sentido para o aluno e prepará-lo não só para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), mas para a vida”, destacou o secretário de Educação de Pernambuco, Fred Amancio.

Atualmente, o tempo médio de jornada escolar brasileira é de quatro horas, menor do que a média de outros países, que é de seis horas. Aumentar a jornada é importante, porém, especialistas em educação concordam que não se pode aumentar o tempo do aluno na escola e continuar com o mesmo modelo educacional. É preciso usar o tempo maior para dar protagonismo ao jovem, desenvolvendo projetos diferenciados e tornando a escola mais atrativa. 

*A repórter viajou a convite do Instituto Natura
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