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Marinha continua ação de limpeza do óleo em rio que divide PE e AL
Publicado: 12/11/2019 às 14:04

Mergulhadores da marinha retiram óleo do rio Persinunga./Foto: marinheiro Inaldo Costa/Divulgação

O Rio Persinunga, que fica na divisa entre os estados de Pernambuco e Alagoas ainda apresenta fragmentos do petróleo cru que atinge o Nordeste brasileiro desde o mês de agosto. Equipes de fuzileiros navais estão mergulhando no estuário desde segunda-feira (12) para retirar as manchas. Dos cinco pontos onde a Marinha fez vistoria - Muro Alto; Rio Ipojuca; Itamaracá; São José da Coroa Grande - apenas o manguezal do rio Persinunga continua com vestígios, de onde foram recolhidos mais de 25 quilos. Nesta terça-feira (12), o grupamento também está atuando nas praias de Xaréu, Itamaracá e nos rios Goiana e Itapessoca, no litoral Norte. Além disso, a Marinha continua com o levantamento na área de saúde em Barra do Sirinhaém.
A retirada do petróleo do rio se torna mais difícil por conta da densidade da água, que dificulta a visibilidade, e da variação das marés. O óleo fica concentrado no fundo do estuário do rio, então os mergulhadores precisam identificar o material no tato. "Mesmo com a água turva existe uma visibilidade mínima, então o mergulhador chega bem perto ao solo para conseguir visualizar. É diferente do mar, onde a gente consegue ver a mancha na superfície. Por isso, é importante a ação de mergulho para detectar a presença do óleo", explicou o capitão de Fragata Luiz Felipe de Almeida, que coordena a força-tarefa de ações especiais.
A maior parte do combustível se concentra nas margens do rio, próximo à ponte da divisa, localizada entre as rodovias PE-60 e a AL-101. Antes do mergulho, os militares ainda realizam a análise da variação da maré para identificar o melhor horário para as buscas. Nesta manhã, a profundidade chegava a cerca de 2 metros. Quanto mais baixa a maré, mais fácil se torna a remoção do petróleo. Todo o material é colocado em sacos de farinha e são recolhidos por equipes de limpeza da prefeitura de São José da Coroa Grande.

A presença dos fuzileiros navais atraiu curiosos que acompanharam os trabalhos. O motorista Wellington Silva, de 39 anos, trabalha em uma cooperativa de transporte. A localidade que concentra pousadas, hotéis e receptivos está com pouco movimento, segundo ele. "Desde que começaram as primeiras notícias sobre o óleo a gente percebe uma diminuição na chegada dos turistas. Para mim, isso representa menos passageiros e prejuízo financeiro. E as pessoas que chegam ainda ficam comentando sobre o medo de ter alguma contaminação ao tomar banho", diz.
A análise da água do rio está sendo realizada pela Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH). Três técnicos do Ibama acompanham os trabalhos de retirada do petróleo para garantir que as equipes estão realizando de acordo com o protocolo. Por enquanto, não é possível identificar as consequências do desastre ambiental para fauna dos estuários. "A nossa contribuição não passa por análise ambiental. Então, por isso, trabalhamos em coordenação com outros órgãos para seguir as condutas orientadas por eles. Somente os especialistas dos órgãos de controle poderão fazer as análises identificar os danos", comenta o o capitão Luiz Felipe de Almeida.
As ações são coordenadas com a Defesa Civil e o Ibama, que orienta como atuar para poder preservar o meio ambiente e recolher o material da melhor forma. O óleo recolhido é reparado em sacos de farinha e recolhidos pela equipe de limpeza do município. "A partir dessas orientações nós fazemos o recolhimento e transportamos para um terreno seco e passamos para o descarte apropriado para evitar contaminar qualquer outro local", comenta o capitão de corveta, Ramon do Nascimento, que coordena as ações.
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