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Virou rotina ter escada rolante sem funcionar

Publicado em: 16/10/2019 07:33 | Atualizado em: 16/10/2019 08:45

Foto: Peu Ricardo/DP
O uso de escadas rolantes em espaços públicos pode parecer um luxo desnecessário, mas é um dos equipamentos que ajudam a diminuir distâncias para quem tem mobilidade reduzida. Ou ainda para quem precisa fazer uso da escada muitas vezes ao longo do dia. Em Medellín, na Colômbia, a escada rolante é usada para melhorar os acessos às áreas de morro, a exemplo da comunidade de San Javier. Na capital pernambucana, o equipamento foi implantado em terminais de transporte público e na passarela do Pina, Zona Sul do Recife, mas nem sempre funciona.

No Terminal Integrado Tancredo Neves, a escada rolante e o elevador estão quebrados desde dezembro de 2018. Foi lá que encontramos o aposentado Jair de Lima Guedes, 70 anos, subindo com dificuldades a escada de alvenaria que dá acesso ao terminal integrado. “Eu tenho um problema na perna e estou operado e usando uma sonda. É muito dif ícil subir todos os degraus”, contou. Também com dificuldades respiratórias, o aposentado Teologas Vatos, 71 anos, que sofre de cansaço, parou três vezes para vencer a distância da escada. “É um sofrimento. Fico muito cansado e perco o fôlego, mas o elevador também está quebrado”, disse.

Além do Terminal Integrado Tancredo Neves, estão com defeitos as escadas rolantes dos terminais de Cajueiro Seco, Aeroporto e Largo da Paz. De acordo com a assessoria de comunicação do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, responsável pelos equipamentos dos terminais integrados, o contrato de manutenção dos terminais está passando por um “processo de rescisão, uma vez que a empresa licitada não cumpriu com o objeto do contrato. Por isso, os equipamentos dos TIs Cajueiro Seco, Largo da Paz e Tancredo Neves estão interditados após atos de vandalismo e depredação, aguardando a conclusão do processo”. No TI Aeroporto, que é interligado ao aeroporto por passarela, uma das matrizes da Copa de 2014, as esteiras e os elevadores estão funcionando, mas a escada rolante está parada desde novembro de 2018. A previsão é que até o fim de novembro ela volte a operar. Ainda segundo a assessoria, os equipamentos exigem manutenções preventivas, corretivas e a reposição de peças e insumos.

“Semanalmente, uma equipe vai até o local para limpeza e lubrificação de escada rolante e elevador. O investimento mensal na manutenção de elevador do TI Aeroporto é de R$ 4.700, enquanto R$ 4.400 são aplicados na manutenção das esteiras”, informou. A estimativa é que o custo passe a ser de R$ 3.900 na manutenção para cada uma das escadas rolantes e elevadores dos terminais. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) informou que três das 24 escadas rolantes nas estações do metrô estão sem funcionar: uma na Estação Joana Bezerra e uma na Estação de Camaragibe. Ainda segundo a CBTU há 20 elevadores e todos em funcionamento. Já a escada rolante na Passarela do Pina está sem funcionar desde 2016 quando o equipamento foi interditado pelo município. E toda a engrenagem saqueada. O município está em busca de uma parceria para adoção do equipamento.

Para o urbanista César Barros, as escadas rolantes têm uma função de mobilidade tão importante quanto os teleféricos nas áreas de difícil acesso, mas é preciso ter um cuidado com a manutenção e com os projetos. “No caso das escadas rolantes é importante que elas fiquem protegidas do sol e da chuva e manter uma manutenção permanente, mas é possível. A exemplo dos teleféricos, que são uma alternativa para as áreas de morro da cidade”, apontou o urbanista.Equipamentos dos TIs Cajueiro Seco, Largo da Paz e Tancredo Neves foram interditados após atos de vandalismo.
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