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Marinha irá deslocar operação anual para conter manchas de óleo no Nordeste

Publicado: 30/10/2019 às 19:56

Foto: Tarciso Augusto/Esp. Dp foto/

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Foto: Tarciso Augusto/Esp. Dp foto
Em visita realizada a Pernambuco, nesta quarta-feira (30), o ministro da Defesa, o general Fernando Azevedo e Silva, anunciou que a Marinha irá transferir a maior operação anual da Força Armada para o Nordeste. A Operação Dragão, que aconteceria no Espírito Santo a partir de novembro, passará a ocorrer nas praias atingidas pelas manchas de óleo. A mudança, segundo o ministro, faz parte das ações que visam conter o desastre ambiental. Depois de sobrevoar a região do Cabo de Santo Agostinho, no Litoral Sul, no começo da tarde, ela afirmou que ainda é prematuro dizer o que pode ter causado o espalhamento de óleo na costa nordestina.

A Operação Dragão mobiliza, além da Marinha, o Exército e a Aeronáutica. Com a transferência, haverá um incremento de efetivo atuando nas praias do Nordeste, mas o Ministério da Defesa não divulgou a quantidade de pessoal e equipamentos que atuarão nas áreas atingidas pelo óleo. Em 2017, foram mobilizados 2,8 mil militares na Operação Dragão, realizada no Espírito Santo e no Rio de Janeiro.

“Sentimos que temos uma primeira leva desse óleo que chegou nas praias no início de setembro, a Marinha vinha acompanhando na época, e arrefeceu. Depois voltou com intensidade muito forte em outubro”, disse o ministro. Segundo ele, a quantidade de óleo chegando às praias estaria diminuindo. “Temos aqui hoje pequenas manchas que foram identificadas em 12 praias no Nordeste inteiro. É pequeno, mas não faz com que nos desmobilizemos”, afirmou.

Segundo dados do Comando do 3º Distrito Naval (Com3ºDN), que abrange a área de Alagoas ao Ceará, as praias de Pernambuco, Ceará e Paraíba amanheceram limpas nesta quarta-feira (30). Já as praias de Búzios, Tabatinga, Camurupim, Barreta e Maxaranguape, no Rio Grande do Norte, e as praias de Maragogi, Japaratinga, Barra de São Miguel, Coruripe e Piaçabuçu, em Alagoas, amanheceram com manchas leves. Delas, Barreta, Maxaranguape e Piaçabuçu estavam limpas até o início da tarde.

Em Pernambuco, três áreas de mangue amanheceram com manchas: Itapessoca, em Goiana, Litoral Norte; Mamucabinha, em Tamandaré, e Persinunga, em São José da Coroa Grande, no Litoral Sul. O Ministério da Defesa disse que a atuação da operação para eliminar as  manchas de óleo ocorre em três linhas. A investigação do ocorrido, a contenção das manchas e o controle dos dados.

O Ministro da Defesa esteve também em Belém, no Pará, em uma atividade relacionada com a Operação Verde Brasil, de contenção às queimadas na Amazônia, e em Salvador, como parte das ações da Operação Amazônia Azul, dedicada ao desastre ambiental do óleo na costa. No Recife, o ministro e o comandante de Operações Navais, o Almirante de Esquadra Leonardo Puntel, afirmaram que as manchas de 200 quilômetros quadrados encontradas próximo ao sul da Bahia não são de óleo. “O Centro de Monitoramento do Ibama já descartou. Isso pode ser muitas coisas, até uma sombra de nuvem”, disse Puntel.

“A Marinha está fechando o cerco. Há um inquérito aberto não só dela, mas da Polícia Federal. Não podemos prever conclusão. Eu, que sou Ministro da Defesa, estou tão curioso quanto vocês para saber o que é. Em um incidente como esse, a conclusão precisa ser de 100%”, afirmou o ministro.

Dentre as hipóteses mais fortes levantadas pela investigação até agora, Leonardo Puntel afirmou que uma delas é o descarregamento de óleo por um navio a cerca de 600km da costa. “Estamos investigando. Antes eram 1 mil navios, passamos para 100 e depois 11. Por enquanto, o mais ao sul que as manchas estão chegando é em Ilhéus, na Bahia”, disse o ministro, ao ser questionado sobre a possibilidade de o desastre atingir o Sudeste do país.

Até hoje, foram contabilizadas mais de 2 mil toneladas de resíduos de óleo retirados das praias nordestinas. A Operação Amazônia Azul – Mar Limpo é Vida, em fase final de planejamento, terá início a partir da próxima semana, disse em nota a Marinha. Serão realizadas ações humanitárias relacionadas ao meio ambiente, cooperação na recuperação de áreas marítimas atingidas e monitoramento das Águas Jurisdicionais Brasileiras. 
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